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A Introdução Final e Completa ao Agorismo

Tempo de Leitura: 13 minutos

Publicado originalmente em SEK3.

O agorismo infortunadamente precisa de uma introdução

A Contra-Economia e o Agorismo eram originalmente conceitos conflitantes, forjados no que parecia ser a cada vez mais crescente revolução de 1972-73, e que provou-se ser a última onda, em vez disso. Retórica revolucionária ou não, o agorismo levantou-se em uma época e em um contexto em que os slogans exigiam análises extensivas publicadas e um criticismo dialético contínuo entre facções concorrentes altamente comprometidas. Assim, quando a provação dos “anos 60”[1] esfriou, entre todas as flâmulas espalhafatosas de partidos, escombros e cinzas de ideologias explodidas repousava uma teoria e metodologia rígidas, brilhantes e acuradas. Provavelmente a primeira base economicamente segura para uma plataforma revolucionária, o mercado agorista derreteu antes mesmo que pudesse chegar às vitrines.

Origens do Agorismo: Plano de Fundo

O colapso do muro de Berlim foi prefigurado vinte anos antes pelo colapso das economias estatistas, particularmente o marxismo ortodóxo e o keynesianismo liberal. Com a nossa libertação daqueles economistas mortos reinantes, alternativas floresceram desde o herético “anarco”-capitalismo ao marxismo desviacionista — quanto mais herético e desviacionista, melhor. Graças aos incessantes esforços de Murray Rothbard, a teoria da classe paleoconservadora (Old Right) e o isolacionismo foram enxertadas em (ou sintetizadas com) uma economia de livre mercado que era tão pura que gerou o mesmo choque sistêmico que, digamos, o cristianismo moderno descobrindo o cristianismo primitivo.

A economia da Escola Austríaca, em particular a praxiologia intransigente de Ludwig von Mises,[2] era, mais apelativamente, intransigente. Ademais, ela não precisava de quaisquer remendos ou cobrir quaisquer falhas; com efeito, em 1973-74, ela previu com sucesso o boom do ouro e a subsequente estagflação que tão frustrou os economistas oficiais da corte. Mises morreu no seu momento de triunfo: Moisés, Cristo e Marx para o movimento libertário levantando-se das cinzas da New Left e seu oponente dialético, a direita estudantil.

Murray Rothbard era o Gabriel, o São Paulo e o Lênin. Em vez de diluir a praxiologia para ganhar a aceitação do establishment e prêmios Nobel (como fizeram Wilhelm Röpke e Friedrich Hayek, para nomear dois), Rothbard insistia em radicalizar o austrianismo ainda mais.[3]

Mises, apesar de adorado pelos radicais direitistas, de Ayn Rand a Robert Welch, morreu chamando a si mesmo de liberal, embora um liberal austríaco de Hapsburg do século 19, para ser preciso. Rothbard, com os seus aliados historiadores acadêmicos Leonard Liggio e Joseph Peden, insistia que o austrianismo fosse além do tépido liberalismo clássico que estava sendo revivido pelos Milton Friedmans; ele não exigia meramente um governo limitado, constitucional e republicano — ele exigia nenhum governo.[4]

Como podia Röpke conselheiro do Kanzler democrata cristão Konrad Adenauer e Birchers amar Mises enquanto Rothbard pregava abertamente a anarquia? A resposta está no conceito crucial de wertfrei — livre de valor — da praxiologia. Como muitos críticos apontaram depois — até mesmo aqueles amigáveis e libertários — a economia assumia alguns valores em vários níveis, tal como, para tomar o exemplo mais flagrante, o valor da economia estudar a si mesma. Não obstante, suprimir a valoração consciente permitiu a Mises fazer uma análise muito mais penetrante e devastadora a todos os ilusionistas políticos de seu tempo, mas também permitiu que sua teoria fosse vendida em pedaços amputados por oportunistas seletivos e compradas por ativistas bem intencionados, mas como o foco muito restrito.

O verdadeiro significado da “economia austríaca” misesiana continua a ser veementemente debatido no Journal of Austrian Economics, no Critical Review e em periódicos do movimento libertário, mas o que nos interessa aqui é o que foi percebido como sendo a fundação da Contra-Economia.

Origem do Agorismo: Contra-Economia

Perguntas respondidas de economia austríaca:

P: Por que e como valoramos?

R: É inerente em todos e é subjetivo.

P: Por que abrimos mão de certas coisas?

R: Porque valoramos subjetivamente A mais do que B enquanto outros valoram B mais do que A. Nós não abdicamos; nós adquirimos um valor maior.

P: Mas por que alguém abriria mão de algo que é universalmente (ou tão próximo quanto possível) valorado subjetivamente por algo de valor menor?

R: Porque aquela milésima unidade do aparentemente mais valioso é menos valiosa subjetivamente do que a primeira unidade do aparentemente menos. Quem consideraria tolo trocar a centésima fatia de pão por um primeiro diamante? A utilidade é marginal.

P: Por que temos dinheiro?

R: Facilitar trocas, manter contas quantitativas, dar troco e armazenar valor.

P: De onde vem o dinheiro?

R: Ele surge de mercadorias comercializadas cada vez mais como um meio ou intermédio de troca.

 P: O governo pode melhorar o dinheiro?

R: Não, essa é estritamente uma função do mercado.

P: Qual é o resultado da intervenção do governo em qualquer “lugar” no mercado?

R: Governo é força, mesmo que legitimada e aceita; toda força impede a satisfação do valor subjetivo, isto é, o que quer que seja que o agente humano voluntariamente abra mão e aceite é, pelo seu entendimento pessoal subjetivo (e desconhecível para os outros), o resultado mais bem informado para ele. Qualquer violência que impeça sua troca é contraproducente a todas as trocas e àqueles cujas trocas dependem da dele — isto é, a intervenção violenta é uma desutilidade universal no mercado.

Mises assim conclui que toda coerção — e isso inclui a ação do governo — é não apenas antimercado, mas desumana. Nada mal para suposições livres de valor! Röpke (ator de Humane Economy), Hayek e até mesmo Mises sentiam que uma vez que a força privada ou a de outro estado entrava no mercado, a contra-força do governo era justificada para retificação. Ademais, nenhum deles conseguia conceber qualquer outro caminho de lidar com a proteção humana.

Entram Murray Rothbard… e Robert LeFevre.

Origens do Agorismo: Anti-política

Entre 1964 e 1974, todo o espectro político, salvo por uma pequena fatia de máquinas “liberais” nos partidos Democratas e Republicanos, estava intensamente alienado da política. A esquerda moderada tinha suas esperanças esmagadas pelo assassinato de Kennedy e olhou ainda mais à esquerda; a direita moderada pregou suas esperanças em Goldwater e foi levada para fora da política pelas distorções intermediadas pelo establishment e pelas más-representações das posições dele — dela. Alguns se ligaram, antenaram-se e pularam fora.

O resto de nós buscou o que os europeus chamam tão diplomaticamente de políticas extraparlamentares. Rothbard e seus libertários da “Costa Leste” buscaram uma aliança das alienadas “Old Right” e “New Left” para uma revolução clássica. Robert LeFevre e seus libertários da “Costa Oeste” buscaram uma instância de desobediência civil: não-participação nas políticas sancionadas pelo Estado, particularmente eleições e tomada de cargos, em combinação com educação e ativismo para expandir a recusa até que o Estado pudesse não mais funcionar. Por 1969, a tática Weatherman de exacerbar a violência do Estado com sua própria para acelerar a revolução levou Rothbard a desistir de seu sonho de coalizão Ultra Left-Right. LeFevre se manteve anticolaboracionista até a sua morte em 1986, mas a desobediência civil e o pacifismo saíram de moda no meio dos anos 1970.

Origens do Agorismo: Contra-Economia

Assim, quando o agorismo surgiu, havia diversas questões a serem tratadas que estavam além das respostas da até então presente economia austríaca e das políticas libertárias:

P: Pode o Estado ser praxiologicamente dispensado?

R: Respondendo isso afirmativamente, como tanto Rothbard quanto LeFevre e muitos outros o fizeram…

 P: Como?

Richard e Ernestine Perkins,[5] Morris e Linda Tannehill,[6] David Friedman[7] e muitos outros contribuidores do The Libertarian Connection[8] deram respostas iniciais a como o mercado poderia prover agências de proteção que seriam competitivas — eliminando o problema da coerção inerente do Estado. Incapaz de regular ou taxar, capaz de agir apenas quando paga e requerida para proteger ou reivindicar propriedade, a agência resolvia o problema da intervenção contra agentes humanos que valoram de forma subjetiva. A arbitragem recolocaria o magistrado no lugar da justiça — ou pelo menos iria configurar reivindicações rivais.

Mas nenhum deles descreveu o caminho para se chegar daqui (estatismo) até lá (mercado sem estado ou ágora). Assumindo que empreendedores do mercado encontrariam um caminho, a estratégia para atingir a liberdade foi deixada como um exercício para os leitores.

Na mesma eleição presidencial americana de 1972, na qual a elite do poder fez com George McGovern e com a esquerda não-revolucionária anti-guerra o que ela havia feito com Barry Goldwater, um novo partido surgia. Embora o Partido Libertário tenha recebido uma porcentagem minúscula dos votos e tenha sido ignorado por todos, de Rothbard a LeFevre, um eleitorado rebelde na Virgínia segurou a predominante maioria de Nixon para colocar John Hospers e o PL no mapa político. Esse veio a ser o ponto alto do sucesso do PL, mas com Fran Youngstein para a campanha a prefeito em 1973, conservadores e libertários radicais se misturaram e então se repolarizaram. O debate crucial de 1974 não era mais anarquia vs. minarquia, mas partiarquia vs. agorismo.[9]

A maioria antipartidária argumentava que trabalhar dentro do sistema político havia fracassado por dois séculos. Os novos “anarquistas de partido”, ou partiarquistas, argumentavam que nada mais havia funcionado (todas as outras coisas, presumivelmente, haviam sido tentadas nos anos 1960). Pelo menos eles tinham uma estratégia. Ademais, podia ser percebido que funcionava em estágios e até mesmo incrementos como uma lei era revogada aqui ou um imposto ali. É claro, em vinte anos da existência do PL, nenhum “recuo do estatismo” tem sido possível de ser notado.

Os libertários antipartido foram forçados a escolher entre mais um deslocamento de paradigma para responder (lembre-se, a maioria havia sido radicalizada do conservadorismo para quase Weathermen) ou desistir. Aqueles que continuaram na luta com as suas novas análises e estratégias correspondentes tomaram o nome do mercado para se oporem aos partidos políticos e ao estatismo — ágora. O novo paradigma do agorista foi chamado de Contra-Economia (em tributo ao até então esvaecente, contra-cultura).

A Contra-Economia [Counter-Economics] é o estudo e prática da ação humana na Contra-Economia [Counter-Economy]. A Contra-Economia [Counter-Economy] é toda ação humana que não é sancionada pelo Estado.

Justamente como a Mecânica Quântica surgiu com químicos e físicos teóricos que se recusavam a ignorar os experimentos quebradores de paradigmas, e a Relatividade surgiu com a aceitação de Einstein dos resultados de Michelson-Morley, a Contra-Economia surgiu como um teoria ao levar em conta tudo o que a economia padrão ignorava ou menosprezava. Justamente como a luz é tunelada para fora de buracos negros de Hawking, a ação humana se tunelou por debaixo do controle do estado. E essa economia [economy] subterrânea, o mercado negro, nalevo russa acabou sendo muito, muito vasta para ser ignorada como uma pequena correção.

Na mais cedia ficção científica influenciada pelo agorismo em 1975, a estória[10] previa que a URSS cairia para as forças contra-econômicas até 1990 e logo após se tornaria em um paraíso de livre mercado que seria invadido pelo mundo estatista, liderado pelo EUA imperialista (enquanto esse artigo está sendo escrito, a última parte dessa profecia acontece).

A alternativa Contra-Econômica deu aos agoristas uma arma devastante. Em vez de vagarosamente juntar votos até que alguma massa crítica permitisse um recuo do estado (se os novos estatistas não mudassem de lado para proteger seus novos interesses velados), poder-se-ia cometer desobediência civil de forma lucrativa, evadir impostos e regulações, ter custos mais baixos e eficiência (potencialmente) maior do que os concorrentes estatistas — se houvesse. Pois muitos bens e serviços poderiam surgir ou ser fornecidos contra-economicamente.

Em 1975, a New Libertarian Alliance [Aliança do Novo Libertário] deixou os seus campi e seus empregos no “mercado branco” da superfície e se tornou inteiramente contra-econômica por uma década para provar a viabilidade da estratégia. Em 1980, o já bastante adiado Manifesto do Novo Libertário foi impresso para aqueles na política partidarista e outras formas de desesperança.

O Agorismo Hoje

Surpreendentemente, pouquíssima pesquisa sistemática tem sido feita em contra-economia desde a descoberta agorista uma década após a imersão da cadre agorista. Eles ressurgiram e encontraram um panorama político mudado. Havia sido esperado que os seus aliados mais tímidos continuariam na superfície para conduzir pesquisas oficialmente sancionadas, mas isso fracassou em acontecer por razões institucionais que agora são óbvias. Consequentemente, determinados a relatar seus achados, tomar vantagem da liberdade de imprensa e liberdade acadêmica para assim fazê-lo, e, incidentalmente, criar famílias, a cadre publicadora formou o Agorist Institute no sudoeste americano, repleto de libertários, ao fim do ano [simbolicamente] de 1984. O resto da história do agorismo é a história das provações e tribulações do Agorist Institute (que será presumivelmente publicada algum dia). O AI floresceu no fim dos anos 1980, atingindo o seu nadir como contra-economia — se não o total agorismo — varreu o globo e jogou o socialismo na lata de lixo da história.

O Futuro do Agorismo

Diferentemente da Contra-Economia em si, agoristas tinham um problema com o feedback do mercado operando na superfície, especialmente no reino quase desprovido de mercado das fundações educacionais e dedutíveis de impostos — uma irrealidade devoradora de fundos proibindo o suficiente para consumir um gorda fatia da fortuna da família Koch e cuspir Charles e David. Apesar de receber algum suporte financeiro de empreendedores bem-sucedidos de classe média, o AI tentou fazer de tudo: apoio à pesquisa, aulas, seminários, conferências acadêmicas e publicação de periódicos e boletins (internos e externos). (Toda a equipe tinha empregos ou negócios adicionais para se manter).

Assim, o revival de 1995 marca também o décimo aniversário do AI e a publicação muito esperada e adiada desse periódico trimestral. Uma vez mais, nós embarcamos para estudar o vasto iceberg abaixo da ponta — a Contra-Economia [Economy] — e relatar nossos achados. Para evitar nossas armadilhas anteriores, o AI está focando em três publicações auto-sustentáveis (de baixa tiragem): AQ, o já publicado, mas infrequente, New Isolationist e o boletim de principal interesse, publicado frequentemente, Counter-Economics. A edição teste ou prévia, #0, segue esse jornal.

O mundo mudou na segunda década, mas, estranhamente o suficiente, o mercado nalevo russo ainda está para ser estudado após a Segunda Revolução, exceto que dessa vez, nós não seremos capazes de confiar nos relatos publicados com patrocínio da CIA.[11] Como irá a Contra-Economia [Economy] européia, em particular o mercado negro de trabalho, sair-se com a queda das fronteiras? E quanto às economias “informais” do Canadá e do México com a aprovação do NAFTA? Irá El Otro Sendero de Hernando de Soto vencer o Sendero Luminoso de Abimael Guzman, especialmente após a traição pelos supostos discípulos [partiarquistas] políticos de de Soto, Mario Vargas Llosa e, então, Alberto Fujimori? Recentemente, o ex-Comandate Cero da facção Tercerista dos Sandinistas, Eden Pastora, escolheu o Karl Hess Club para anunciar sua candidatura para presidente da Nicarágua.

E quanto aos Estados Unidos? Como tudo isso acima afeta a interface estrangeira da contra-economia americana [termo acadêmico para “a indústria do contrabando”]? Qual efeito o remédio estatal de Clinton fará para o serviço de fornecimento de saúde? Irão todos os tratamentos médicos acabar como o aborto dos anos 1950 e as pessoas pegarão agulhas gratuitas no centro de prevenção à AIDS para dar para os seus médicos no mercado negro para imunização não autorizada de suas crianças que não podem esperar “a vez delas” (devido à morte programada, como no Canadá e Inglaterra)?

Todas as publicações na imprensa atual, da Bósnia a Oklahoma City, têm negligenciado um componente Contra-Econômico que o AI pode explorar, compilar e publicar. Outras áreas podem ser escavadas do subterrâneo que se tornarão questões uma vez expostas e explicadas e, então, há o novo campo de batalha para agoristas e estatistas: o ciberespaço, onde guerreiros de estrada agoristas cypherpunk têm uma vantagem inicial sobre os sanguinários supersalteadores estatistas.

Mas, finalmente e de forma geral, a questão que mais precisa de atenção é o próprio agorismo. Na medida em que a “agorologia” não é simplesmente uma ideologia, qual é e qual deveria ser a sua metodologia? Nós convidamos mais urgentemente os nossos recém-despertos e empoderados estudantes do agorismo e polímatas da contra-economia a contribuir com seus primeiros — e segundos — pensamentos sobre o assunto. Há alguns métodos fora dos limites do agorismo que são academicamente aceitáveis, por exemplo? Ou são alguns métodos aceitáveis no estudo contra-econômico que são inaceitáveis para pesquisadores acadêmicos? Podemos ser wertfrei mesmo quando somos obviamente atraídos para o Preto como Departamentos de Estudos Marxistas são para o Vermelho? Deveria haver metodologias concorrentes? (Em caso de haver a menor dúvida, o AI apóia, uma, duas, muitas fundações agoristas).

E quanto ao novo equipamento Power Mac para ligar ao Video Toaster? A imprensa tradicional seria o suficiente ou ela deveria ser suplementada — ou suplantada — por uma produção de vídeo em larga escala transmitida em vídeo-fita — ou jogada na internet como caminhões “Breaker, breaker” nas super-autoestradas da informação? O AQ deveria continuar a aparecer em papel, ou em arquivos .pdf online como a revista New Libertarian está fazendo agora?

No momento, é a milícia direitista, em vez da cadre da New Left, que está explodindo prédios do governo federal e protestando contra massacres de mulheres e crianças pacíficas, mas lutar pela liberdade contra o Império Americano está ficando sério novamente. De uma forma importante, nossos anos 90 são como os anos 60: nós não sabemos onde vamos parar, mas sabemos que estamos a caminho. Ou, no linguajar dos anos 90, como o nosso porta-voz das crianças diria quando perguntado sobre o “futuro”, agoristas respondem “O futuro? Estamos ”.

Samuel Edward Konkin III (a.k.a. SEK3) foi o autor do Manifesto do Novo Libertário e um proponente da filosofia que ele chamou de Agorismo. Agorismo é uma evolução de ala-esquerda do anarco-capitalismo, e um subconjunto do anarquismo de mercado. Na introdução ao Manifesto do Novo Libertário ele creditou Murray Rothbard, Robert LeFevre e Ludwig von Mises como influências.

Como Rothbard, Konkin viu o libertarianismo como um movimento da esquerda radical. Ele foi o fundador do Agorist Institute e do Movement of the Libertarian Left.

Konkin rejeitou o voto, acreditando ser inconsistente com a ética libertária. Ele de forma semelhante se opôs ao envolvimento no Partido Libertário, que ele considerava como uma cooptação estatista do libertarianismo.

Konkin apresenta sua estratégia para alcançar uma sociedade libertária no supracitado manifesto. Desde que ele rejeitou votar e outros meios pelos quais as pessoas tipicamente visam a mudança, a reforma ou a “luta contra o sistema por dentro”, sua abordagem necessariamente visava lutar contra “o sistema” por fora.

Especificamente ele encorajava as pessoas a retirar seu consentimento do estado ao mover suas atividades econômicas para o mercado negro e cinza onde elas seriam não taxadas e não reguladas.

Konkin era um proponente do revisionismo histórico, e embora ele pessoalmente rejeitasse a negação do holocausto, tornou-se ativo em suporte do Institute for Historical Review com base que a liberdade de expressão deles estava sob ataque. Konkin é criticado no livro Anarchism: Left, Right, and Green por Ulrike Heider por essa posição.

Konkin era interessado no jogo de RPG Dungeons & Dragons da TSR, e contribuiu com um boletim para a revista de fãs de role-playing “Alarums and Excursions” por muitos anos, começando no fim dos anos 1970. Ele descreveu as aventuras em progresso de seu grupo de personagens em um universo D&D. Uma cópia da capa do boletim apresentava-os enforcando o co-autor e presidente da TSR, Gary Gygax, de um galho de uma árvore por uma disputa sobre regras.

Konkin era editor e publicador da irregularmente produzida New Libertarian Notes (1971-1975), da New Libertarian Weekly (1975-1978) e finalmente da revista New Libertarian (1978-1990), a última edição da qual foi uma ficção científica especial de tributo apresentando uma capa de Robert A. Heinlein (edição 187, 1990).

Por favor, visite www.agorism.xyz para mais informações sobre o mundo SEK3. Ágora… Anarquia… Ação!


[1] […] pelo qual eu quero dizer de novembro de 1963 a agosto de 1974.

[2] Veja, especialmente Human Action em qualquer de suas numerosas edições.

[3] Poder e Mercado, sua “completude” de Homem, Economia e Estado (que em si foi uma reescrita do Human Action), havia recém saído.

[4] Assim, como eu refleti de volta a Murray por volta de 1971, “Você quer dizer, não somos liberais clássicos, somos radicais clássicos!”

[5] O trabalho deles está por muito fora da prensa.

[6] The Market for Liberty (1970) foi reimpresso por Fox & Wilkes (do Center for Independent Thought que comanda Laissez Faire Books) em 1993.

[7] The Machinery of Freedom foi tanto reimpresso quanto revisado. Naturalmente, é o menos hard-core dos três.

[8] Uma “AIA”, ou associação de imprensa amadora baseada no conceito de fanzine de ficção científica que reúne várias publicações de colaboradores sem edição, sobreviveu desde 1970 com um dos “editores” globais originais ainda ativo, Erwin “Filthy Pierre” Strauss.

[9] A edição de novembro de 1972 da reportagem de capa do New Libertarian Notes foi um debate entre o fundador do PL, David Nolan, e o fundador do “caucus radical” antipartido [sempre em minúsculas] Samuel Edward Konkin III. Em 1974, vários boletins partidários estatais continham debates e discussões sobre a consistência do partido com os princípios. Aqueles editores que não desertaram para a New Libertarian Alliance foram todos expurgados.

[10] “Agent for Anarchy” (1971), a primeira história de Rann Gold, precedeu o agorismo, mas as sequências, “The Statesman” (1973) e “Dragon’s Bane” (1975), foram progressivamente mais influenciadas por ele, e a história de fundo não foi definida até o terceiro. Todos foram publicados em New Libertarian Notes e seu sucessor, New Libertarian Weekly. Desde aquelas primeiras tentativas de preencher a demanda por ficção científica libertária, o Mercado tomou uma mão invisível, e Neil Schulman, Victor Koman, L. Neil Smith, Brad Linaweaver e muitos outros realmente encontraram editores acima do solo para pagá-los pela parada.

[11] Alguns estudos excelentes foram feitos por Dmitri Simes e seu filho.

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