Anatomia do Estado - Murray N. Rothbard
Nesta curta obra, Rothbard destrincha, de forma profunda, concisa e genial, aquilo que é o Estado, sua Gênese, sua sobrevivência, o Poder do homem etc. Para entendermos o que é o Estado, precisamos, anteriormente, entender os tipos de poderes do homem. Somente assim poderemos, sem cair em misticismo, como diversos outros o fazem, criticá-lo ou adotá-lo.
O poder do homem se divide em dois tipos essenciais, que são contrapostos para a obtenção de riqueza. O primeiro é o poder sobre a natureza, id est, o uso do trabalho, a energia humana, para transformar a natureza em objetos do querer—transformando, à la Marx, ou em bens de satisfação imediata ou intermediária de necessidades, isto é, em bens de consumo ou de produção—, estes, assim, tornam-se sua propriedade individual, a qual, então, é ou trocada pela propriedade criada, de forma semelhante, por outros—servindo aos seus próprios quereres e aos de seus semelhantes, em um jogo de benefício mútuo—, ou doada—adquirindo, assim, não algo material, mas um benefício psíquico.
Em contrapartida, o segundo é o método da “selva”, da predação, onde um homem só pode adquirir riqueza à custa de outro; é o poder sobre o próprio homem, esse não se dá através do “capital”, como bravejaria um certo grupo, mas, dá-se através da tomada, pelo uso da força, da propriedade de outrem, seja esta de bens ou de serviços.
O Estado é a organização da predação. Ele não produz. Ele rouba. Como poderia, então, tal organização se manter ou ainda ser defendida por muitos? Como poderia não gerar a revolta do povo? Como poderia ser camuflada?
Esse insight, que Rothbard sintetiza de Albert Jay Nock e Franz Oppenheimer, é, porém, somente o primeiro passo dos muitos a serem dados nesta para a resposta de tais questões latentes. Este é um dos livros mais conhecidos e famosos de Murray Rothbard; este é A Anatomia do Estado.