por Murray N. Rothbard [1]
Libertários têm dado um pensar considerável para refinar seus princípios básicos e suas visões de uma sociedade libertária. Mas eles têm dado virtualmente nenhum pensamento para uma questão de importância vital, aquela da estratégia: agora que sabemos a natureza de nosso objetivo social, como no mundo chegamos lá?
Na medida em que libertários têm pensado quase nada sobre estratégia, tem sido simplesmente adotado o que eu chamei de “educacionismo”: a saber, que ações residem sobre ideias e, portanto, que libertários precisam tentar converter pessoas às suas ideias ao ministrar livros, panfletos, artigos, palestras etc. Agora, é certamente verdadeiro que ações dependem de ideias e que a educação nas ideias libertárias é uma parte importante e necessária à conversão de pessoas à liberdade e ao colocar em efeito a mudança social. Mas tal insight é apenas o começo de chegar a uma estratégia libertária; há muitas coisas a mais que precisam ser ditas.
Em primeiro lugar, ideias não se espalham e se desenvolvem elas mesmas em um vácuo social; elas precisam ser adotadas e espalhadas por pessoas, pessoas que precisam ser convencidas de, e comprometidas com, o progresso da liberdade. Mas isso significa que a liberdade pode avançar apenas por meios de um movimento libertário em desenvolvimento. Precisamos, portanto, preocupar-nos não apenas com a ideologia, mas também com o desenvolver das pessoas para carregarem os princípios adiante. Webster define “movimento” em uma forma relevante às nossas preocupações:
Alguns libertários criticaram o próprio conceito de “movimento” como “coletivista”, como de alguma forma violando os princípios do individualismo. Mas deveria ser claro que não há, nem no mínimo, algo de coletivista em indivíduos voluntariamente se juntando para o desenvolvimento de objetivos comuns. Um movimento libertário é não mais “coletivista” do que uma corporação, um clube de bridge ou qualquer outra organização; é curioso que alguns libertários, enquanto concedendo os méritos de todas as tais organizações “coletivas”, empacam apenas em uma que iria avançar a causa da liberdade em si.
Nem entrar em um movimento significa que aquele que entra precisa, de alguma forma, submergir sua soberania individual ao movimento ou à organização, não mais do que o membro do clube de bridge precisa submergir sua individualidade para avançar o jogar de bridge. O libertário individual, quem coloca em lugar elevado o triunfo da liberdade em sua escala de valor, decide entrar em um movimento que é o requisito de conquistar seu objetivo, assim como faz o membro de um clube de bridge ou o investidor em uma corporação de manufatura de aço.
Se o avançamento da liberdade requer um movimento bem como um corpo de ideias, é nosso embate que o objetivo primordial de um movimento libertário precisa ser a vitória da liberdade no mundo real, o trazer do ideal à atualidade[3]. Isso pode parecer um truísmo, mas, infelizmente, muitos libertários falharam em ver a importância da vitória como o objetivo último e primordial.
Mas por que libertários não deveriam adotar o que pode parecer ser um objetivo evidente-ao-self? Uma razão, para não tomar tal comprometimento, é que uma pessoa pode preferir o ideal libertário como um jogo intelectual, alguma coisa a ser meramente contemplada sem relevância ao mundo real; outra razão para enfraquecer o desejo de uma pessoa a perseguir o objetivo da vitória pode ser um pessimismo profundo que ela pode sentir sobre qualquer prospectiva futura à vitória. Em qualquer caso, manter a vitória da liberdade como um objetivo primário de alguém é apenas provável naquelas pessoas cujo libertarianismo é motivado e moldado por uma paixão por justiça: por uma percepção de que o estatismo é injusto e pelo desejo de eliminar tal injustiça reluzente tão rapidamente quanto possível.
Daí, o utilitário — quem é preocupado não com a justiça e com o princípio moral, mas apenas com a eficiência ou produtividade aumentada — pode acreditar na liberdade como um ideal, mas não é provável de colocar um comprometimento apaixonado para alcançá-la. O utilitário, por sua natureza, é muito mais provável de permanecer contente com sucessos parciais do que de pressionar para a vitória completa. Em verdade, tal enfraquecimento da vontade em direção à vitória foi parcialmente responsável pelo declínio do liberalismo clássico no século XIX.
Segue-se necessariamente, de nosso objetivo primário da vitória, que queremos a vitória tão rápido quanto possível. Se a vitória é, em verdade, nosso dado fim, um fim dado a nós pelos requerimentos da justiça, então, precisamos esforçar-nos para alcançar esse fim tão rapidamente quanto podemos.
Mas isso significa que libertários precisam não adotar o gradualismo como parte de seu objetivo; eles precisam desejar alcançar a liberdade tão cedo e tão rapidamente quanto possível. De outro modo, eles estariam ratificando a continuação da injustiça. Eles precisam ser “abolicionistas”.
A objeção é geralmente levantada, de que o abolicionismo é “irrealístico”, que a liberdade (ou qualquer outro objetivo social radical) pode ser alcançada apenas gradualmente. Se isso é verdade ou não (e a existência de levantes radicais demonstra que tal não é sempre o caso), essa acusação comum gravemente confunde o reino do princípio com o reino da estratégia. Como escrevi em outro lugar,
ao fazer tal acusação eles estão, sem esperanças, confundindo o objetivo desejado com uma estimativa estratégica do resultado provável. Ao conceber o princípio, é de maior importância não misturar as estimativas de estratégias com o forjar de objetivos desejados. Primeiro, precisa-se formular os objetivos, que […] iriam ser a abolição da escravidão ou de qualquer outra opressão estatista que estamos considerando. E precisamos primeiro conceber esses objetivos sem considerar a probabilidade de os atingir. Os objetivos libertários são “realísticos” no sentido de que eles poderiam ser alcançados se pessoas suficientes concordassem sobre a desejabilidade deles. […]
O “realismo” do objetivo pode apenas ser desafiado por uma crítica do objetivo em si, não do problema de como o atingir. Então, após decidirmos sobre o objetivo, encaramos a questão estratégica enquanto completamente separada de como atingir esse fim tão rápido quanto possível, como construir um movimento para o atingir etc.
Assim, William Lloyd Garrison não estava sendo “irrealístico” quando, na década de 1830, levantou o glorioso estandarte da emancipação imediata dos escravos. Seu objetivo era um adequado, e seu realismo estratégico veio no fato de que ele não esperou que seu objetivo fosse alcançado rapidamente. Ou, como o próprio Garrison distinguiu,
Exortem a abolição imediata tão seriamente quanto podemos, irá, infelizmente! ser uma abolição gradual no fim. Nunca dissemos que a escravidão seria derrubada com um único golpe; que deve ser, sempre lutaremos. (The Liberator, 13 de agosto de 1831)
De um ponto de vista estritamente estratégico, também é verdade que se os aderentes do objetivo “puro” não afirmam tal objetivo e não o mantêm no alto, ninguém o fará e o objetivo, portanto, nunca será alcançado. Ademais, uma vez que a maioria das pessoas e a maioria dos políticos se agarrarão ao “meio” de qualquer “estrada” que possa ser oferecido a eles, o “extremista”, ao constantemente levantar o ante, e ao manter o objetivo puro ou “extremo” no alto, moverá os extremos mais além e irá, portanto, puxar o “meio” mais para frente em sua direção extrema. Daí, levantar o ante ao puxar o meio ainda mais em sua direção irá, no puxar e carregar do processo político, realizar mais por aquele objetivo, até mesmo no curto prazo do dia a dia, do que qualquer desistência oportunista do princípio último.
No brilhante estudo dela da estratégia e das táticas da ala de Garrison do movimento abolicionista, Aileen Kraditor escreve:
Segue-se, da concepção abolicionista de seu papel na sociedade, que o objetivo pelo qual ele agitou era improvável de ser imediatamente realizável. Sua realização precisa seguir da conversão de um enorme número de pessoas e a luta precisa ocorrer face à hostilidade que inevitavelmente encontra o agitador de uma causa não popular. […] O abolicionista sabia tão bem quanto seus críticos eruditos posteriores que a emancipação imediata e incondicional não poderia ocorrer por um longo período. Mas, diferente desses críticos, eles estavam certos de que nunca chegaria a menos que fosse agitado durante o longo período no qual era impraticável. […]
Ter largado a demanda pela emancipação imediata, porque era não realizável no momento, teria sido alterar a natureza da mudança pela qual os abolicionistas estavam agitando. Isto é, até mesmo aqueles que teriam com felicidade aceitado a emancipação condicional e gradual tinham de agitar pela abolição incondicional e imediata da escravidão porque aquela demanda era requirida pelo objetivo deles de demonstrar para Americanos brancos que Negros eram seus irmãos. Uma vez que a nação tivesse sido convertida naquele ponto, condições e planos poderiam ter sido feitos.
A recusa deles de diluir seus slogans “visionários” era, nos olhos deles, eminentemente prática, bem mais do que o curso dos senadores e dos congressistas antiescravidão que geralmente escreviam cartas aos líderes abolicionistas justificando suas adaptações às demandas antiescravidão para o que era atingível. O abolicionista, enquanto criticando tais promessas, insistiria que sua própria intransigência fazia possível comprometimentos favoráveis. Ele poderia ter afirmado sua posição assim: se a política é a arte do possível, a agitação é a arte do desejável. A prática de cada precisa ser julgada pelo critério próprio de seu objetivo. A agitação pelo reformador ou radical ajuda a definir uma política possível enquanto mais desejável que outra. Criticar o agitador por não aparar suas demandas ao imediatamente realizável — isto é, por não agir como um político, é errar o ponto. A demanda por uma mudança que não é politicamente possível não estampa o agitador como irrealístico. Para começar, pode ser útil ao barganhador político; a demanda mais extrema do agitador faz a demanda do político parecer aceitável e talvez desejável no sentido de que o adversário pode preferir desistir de metade de uma fatia do que de uma inteira. Também, o agitador ajuda a definir o valor, o princípio, pelo qual o político barganha. Os valores éticos colocados nos vários cursos políticos possíveis são colocados lá parcialmente pelo agitador operando na opinião pública que cria possibilidades políticas (Means and Ends in American Abolitionism, 1969; pág. 26-28).
Se o objetivo primário e primordial do movimento libertário precisa ser a vitória da liberdade tão rapidamente quanto possível, então a tarefa primária do movimento precisa ser empregar os meios mais eficazes para atingir tal objetivo.
Para ser eficaz, para alcançar o objetivo da liberdade tão rapidamente quanto possível, deveria ser claro que os meios precisam não contradizer os fins. Pois, se eles o fazem, os fins estão sendo obstruídos em vez de perseguidos tão eficientemente quanto possível. Para o libertário, isso significa duas coisas:
- que ele precisa nunca negar ou falhar em sustentar o objetivo último da vitória libertária; e
- que ele precisa nunca usar ou defender o uso de meios não libertários — de agressão contra a pessoa ou propriedade justa de outros.
Assim, o libertário precisa nunca, pelo bem do suposto interesse, negar ou ocultar seu objetivo último da completa liberdade; e ele precisa nunca agredir contra outros na busca por um mundo de não agressão. Por exemplo, os Bolcheviques, antes da revolução, financiaram-se parcialmente através de roubos armados em nome de “expropriar” capitalistas; claramente, qualquer uso de agressão contra a propriedade privada para financiar o movimento libertário, além de ser imoral pelos princípios libertários, incidiria contra os próprios princípios e seu atingimento último.
Nesse ponto, qualquer movimento radical para mudança social, incluindo o movimento libertário, tem de encarar um problema realístico e importante: no mundo real, o objetivo — para o libertário, o desaparecimento do estado e de sua coerção agressiva — infelizmente não pode ser alcançado da noite para o dia. Uma vez que isso é o caso, qual deveria ser a posição do libertário em direção a “demandas de transição”, i.e., em direção a demandas que iriam mover em direção à liberdade sem ainda alcançar o objetivo último? Não iriam tais demandas solapar o objetivo último da liberdade total em si?
Em nossa visão a solução adequada para esse problema é uma solução “centrista” ou “construtora de movimento”: a saber, que é legítimo e adequado defender demandas de transição como estações intermediárias ao longo da estrada para a vitória, dado que o objetivo último da vitória seja sempre mantido em mente e segurado no alto. Dessa forma, o objetivo final é claro e não é perdido de vista, e a pressão é mantida, de modo que vitórias parciais ou transicionais se alimentarão em vez de apaziguarem ou enfraquecerem o impulso último do movimento.
Assim, suponha que o movimento libertário adote, como uma demanda transicional, um corte em geral de 50% da taxação. Isso precisa ser feito de tal modo a não implicar que um corte de 51% seria imoral ou impróprio. Dessa forma, o corte de 50% simplesmente seria uma demanda inicial em vez de um objetivo último em si, que iria apenas solapar o objetivo libertário da total abolição da taxação.
Da mesma forma, se libertários algum dia chamam pela redução ou abolição de impostos em alguma área particular, tal chamado precisa nunca ser acompanhado pela defesa do aumento da taxação em alguma outra área. Assim, podemos bem concluir que o imposto mais tirânico e destrutivo no mundo moderno é o imposto de renda e, portanto, aquela prioridade primária deve ser dada para abolir tal forma de imposto. Mas o chamado pela redução drástica ou pela abolição do imposto de renda precisa nunca ser acoplado com a defesa de um imposto maior em alguma outra área (e.g., um imposto de vendas), pois isso, em verdade, seria empregar um meio contraditório ao objetivo último da abolição do imposto. Libertários precisam, em suma, cortar o estado onde e quando puderem, revertendo ou eliminando a atividade estatal em qualquer área possível.
Como um exemplo, durante toda recessão, liberais Keynesianos geralmente defendem um corte de imposto de renda para estimular a demanda de consumo. Conservadores, por outro lado, geralmente se opõem a tal corte de imposto como levando a déficits governamentais maiores. O libertário, em contraste, deve sempre e em todo lugar apoiar tal corte de imposto como uma redução no roubo estatal. Então, quando o orçamento for discutido, o libertário deve também apoiar uma redução nas despesas governamentais para eliminar um déficit. O ponto é que o estado precisa ser oposto e talhado em todo aspecto e em todo ponto: ao cortar impostos ou ao cortar despesas governamentais. Defender elevar impostos ou se opor a cortá-los para balancear o orçamento é solapar e se opor ao objetivo libertário.
Mas enquanto o objetivo último da liberdade total precisa ser sustentado e o estado precisa ser talhado em todo ponto, é ainda apropriado, legítimo e necessário para um movimento libertário adotar prioridades, agitar contra o estado mais particularmente naquelas áreas que são mais importantes em dado tempo. Assim, enquanto o libertário se opõe tanto aos impostos de renda quanto aos impostos de venda, é tanto adequado moralmente quanto importante estrategicamente selecionar, digamos, o imposto de renda como o mais destrutivo de ambos e agitar mais contra tal imposto particular. Em suma, o movimento libertário, como todos demais, encara uma escassez de seu próprio tempo, energia e fundos, e precisa alocar esses recursos escassos nos usos mais importantes em qualquer dado tempo. Quais problemas particulares devem receber prioridade depende das condições específicas do tempo e do lugar.
Dentro de qualquer movimento ideológico radical para a mudança social, estão fadados a se desenvolverem dois amplos e importantes “desvios” da posição correta, centrista e construtora de movimento que estivemos discutindo. Em um polo está o desvio do “sectarismo de esquerda” e no outro o desvio do “oportunismo de direita”. Cada, de sua própria maneira, abandona a esperança da vitória do objetivo radical.
O sectário de esquerda, sendo breve, considera qualquer demanda de transição, qualquer uso de inteligência estratégica para determinar prioridades de agitação, qualquer apelo à audiência sem sacrificar os princípios últimos, em si uma “venda” ou traição dos princípios radicais. No exemplo acima, um sectário de esquerda, por exemplo, consideraria o chamado de transição pelo repelimento do imposto de renda como per se uma traição do princípio de abolição da taxação, mesmo quando tal demanda é claramente acoplada ao fim último de uma sociedade livre de imposto. Para tomar um exemplo deliberadamente ridículo, o sectário de esquerda pode considerar não levantar o problema de desnacionalizar os faróis em nossa sociedade corrente uma traição do princípio de privatizar faróis. No movimento libertário, sectários simplesmente irão reiterar tais fórmulas como o axioma de não agressão, A é A ou a necessidade de autoestima, sem lidar com problemas detalhados.
A posição centrista, em contraste, é a de começar a agitação ao redor de problemas correntemente importantes, examiná-los, mostrar ao público que a causa desses problemas é o estatismo e que a solução é a liberdade, e então tentar ampliar a consciência dos ouvintes para mostrar que todos os problemas correntes e até mesmo remotos têm a mesma causa política.
Uma forma que o sectarismo de esquerda algumas vezes toma é o de defender revoluções armadas e imediatas contra o estado existente, sem suporte suficiente para ser capaz de ter sucesso. No movimento libertário moderno, esse desvio foi pervasivo durante seu estágio inicial, no tempo da “revolução” da Nova Esquerda no final da década de 1960 e em 1970.
O colapso da anterior “revolução” tão cedo quanto o estado começou sua reação armada no Estado de Kent é testemunho de uma das mais importantes lições da história: que nenhuma revolução armada teve sucesso em um país com eleições livres. Todas as revoluções de sucesso, da Americana e da Francesa no século XVIII, à Russa, à Chinesa e à Cubana o século XX, ocorreram em terras onde as eleições livres eram inexistentes ou severamente restringidas. Até ou a menos que os Estados Unidos mudem de eleições livres para ditaduras, a questão da revolução armada é, no mínimo, totalmente irrelevante ao cenário Estadunidense.
Em contraste ao sectarismo de esquerda, que recusa ganhos imediatos em direção ao objetivo último, os oportunistas de direita abertamente acreditam em se ocultar e operar contra o objetivo último a fim de alcançar ganhos de curto prazo.
O oportunismo de direita é autodestrutivo para objetivos últimos em diversas formas. A maior razão para colocar adiante demandas de transição é {que elas são} como uma estação intermediária para a vitória última; mas, ao deliberadamente evitar o levantar dos objetivos últimos ou dos princípios, o oportunista, na melhor das hipóteses, curto-circuita o objetivo último, e o trai ao falhar em levantar a consciência do público na direção explicita do objetivo último. O objetivo último não será alcançado automaticamente, por si mesmo; pode apenas ser alcançado se um grande grupo de aderentes continua a manter erguido o banner do objetivo radical último.
Mas se libertários se recusam a examinar e propor seus objetivos últimos, quem irá? A resposta é ninguém e, portanto, tal objetivo nunca será alcançado. Em verdade, se libertários falham em manter seu objetivo último em vista, eles mesmos irão perder de vista o objetivo e descenderão ao gradualismo, movimento reformista não libertário, e o propósito principal de ter um movimento em primeiro lugar será perdido.
Em segundo lugar, oportunistas geralmente solapam o objetivo último, bem como o princípio libertário, ao abertamente defenderem medidas que solapam tal princípio — tal como maiores impostos de venda para substituir um imposto de renda (como fez o capítulo Mid-Hudson do Free Libertarian Party no início de 1976) ou um Plano de Quatro Anos gradualista para propagandear sua moderação e alegada razoabilidade.
Até mesmo no curto prazo o oportunismo é autodestrutivo. Qualquer novo movimento ideológico ou partido, para adquirir suporte — como no caso de novos produtos ou empresas no mercado — precisa diferenciar seu produto dos de seus competidores estabelecidos. Um partido libertário que, por exemplo, soa quase indistinguível do republicanismo da direita (como fez a campanha de Tuccille para governador de Nova York em 1974), irá falhar apenas porque o votante, não apresentado à alternativa clara, irá um tanto racionalmente permanecer com os republicanos de direita.
Em suma, ambos desvios estratégicos são fatais ao objetivo adequado da vitória da liberdade tão logo possa ser alcançada — o sectarismo de esquerda porque em efeito abandona a vitória e o oportunismo de direita porque em efeito abandona a liberdade. Ambos os lados dessa “equação” precisam ser continuamente mantidos.
Uma propensão curiosa é aquela, de um certo número de indivíduos, nos movimentos libertários e em outros radicais, de mudar rapidamente de um desvio diametralmente oposto do outro, sem jamais passar pela posição correta — a centrista. Além da instabilidade psicológica entre esses indivíduos, existe uma certa lógica a esses aparentemente bizarros saltos. Tome, por exemplo, alguém que por anos confina suas atividades a afirmar princípios puros, sem jamais fazer qualquer coisa no mundo real para mudar a situação para melhor, sem tentar transformar a realidade. Após diversos anos, o desencorajamento da falta de progresso pode se configurar, após o qual, desesperado por alguns ganhos no mundo real, a pessoa salta ao oportunismo de direita — e conquista pouco lá também.
Por outro lado, alguém atolado no oportunismo de curto prazo por anos, enojado com os compromissos e com a imoralidade de tal forma de política, pode prontamente expressar seu desgosto e seu anseio por princípios puros ao saltar diretamente ao sectarismo. Em nenhuma manifestação, no entanto, o individuo está disposto a engajar em um compromisso prolongado e para toda a vida pela vitória no mundo real por princípio e tão rapidamente quanto o objetivo é capaz de ser alcançado.
Eu toquei no conceito de “cadre”. Vamos, agora, considerar o conceito em mais detalhes; especificamente, quem faz a cadre, como ela é gerada e quais são as relações adequadas entre a cadre e os vários grupos não-cadre?
A cadre é simplesmente {o conjunto de} os libertários consistentes. Em primeiro lugar, o libertarianismo é um conjunto de ideias e, consequentemente, a cadre original está destinada a ser {formada por} pessoas, em grande extensão intelectuais, que são profissionais ou semiprofissionais carteadores {dealers} de ideias abstratas. Mises e Hayek apontaram como as ideias são filtradas dos teóricos originais aos estudiosos e aos seguidores, aos intelectuais como aqueles que lidam com ideias em geral e, então, ao público interessado. Assim, o corpo de intelectuais é de importância de maior significância a influenciar o movimento geral e, em última instancia, o público geral.
É de ser esperado que a cadre comece como um pequeno grupo e então cresça em quantidade e em impacto. Mas, qual deve ser a relação adequada entre cadre e não-cadre? Primeiro, podemos colocar em evidência o conceito de “pirâmide da ideologia”. Pois enquanto “cadre” e “não-cadre” podem ser uma primeira aproximação à situação do mundo real, a condição atual em qualquer dado tempo é semelhante a uma pirâmide, com a cadre no topo da pirâmide ideológica como os ideologistas consistentes e intransigentes, e, então, com outros nos menores degraus, com graus variantes de aproximação a uma visão libertária compreensiva e consistente. Uma vez que as pessoas usualmente se tornam cadre ao fazer seu caminho subindo os vários degraus ou estágios da pirâmide — do totalmente não-libertário ao completamente libertário — alguns rapidamente, alguns lentamente, isso implica que os estágios assumirão a forma de pirâmide, com um número menor de pessoas em cada estágio superior.
A tarefa principal da cadre, então, é tentar colocar o tanto de pessoas tão alto na pirâmide quanto possível. Dessa tarefa, segue-se a importância de coalizões ideológicas, de operar com aliados em várias questões ideológicas.
Uma coalizão conquista diversas coisas. Em primeiro lugar, maximiza a influência da cadre numericamente pequena nos problemas sociais, e o faz ao se aliar com pessoas que concordam naquele problema particular, apesar de serem poucos outros.
Em quais problemas a cadre escolhe formar alianças depende de um juízo de importância em relação ao contexto do mundo real no dado tempo e lugar. Assim, seria uma evidente perda de tempo e de energia para libertários correntes buscar por interesses de viagem com quem poderíamos fazer uma agitação de fronte unido na causa de desnacionalizar faróis. Mas estratégias de coalizão para abolir a OSHA, o imposto de renda, legalizar a marijuana, (no final dos anos 1960) sair da Guerra do Vietnã ou revogar o alistamento militar, pode ter uma alta prioridade na agitação do movimento libertário.
Enquanto utilizando coalizões com aliados numericamente amplos nos problemas concretos, a cadre libertária está também buscando outra estratégia — recrutar mais pessoas. Esses recrutas podem vir dos próprios aliados ou da massa do público que está sendo informada sobre problemas específicos. Normalmente, a tática adequada será a de começar com as preocupações das pessoas que estão sendo trabalhadas, para mostrar que você está com elas nesse problema em particular e, então, “expandir a consciência libertária delas” ao lhes mostrar que para serem realmente consistentes nos problemas que elas favorecem, elas precisam também adotar as outras posições libertárias.
Assim, enquanto trabalhar com libertários civis da esquerda em apoio de posições comumente mantidas, pode lhes ser apontado que libertários são os únicos defensores consistentes das liberdades civis, que a liberdade pessoal não pode existir sem direitos de propriedade privada, etc. Semelhantemente, pode-se mostrar para defensores conservadores do livre empreendimento que criminalizar a pornografia ou as drogas viola o próprio sistema de propriedade privada e de livre empreendimento que eles professam favorecer.
É claro, existem armadilhas em uma estratégia de coalizão que precisam ser precavidas. No fim dos anos 1960, eu emiti um chamado para uma aliança libertária com a Nova Esquerda, sobre os problemas vitais gêmeos da época: oposição ao recrutamento e à Guerra do Vietnam (com ênfase subsidiária na oposição ao sistema escolar público). Eu ainda penso que essa investida básica foi necessária — especialmente para gerar uma quebra aguda e radical com o movimento conservador. Mas o problema era que muitos dos nossos jovens e pequenos cadres, ao cooperar com a esquerda, tornaram-se esquerdistas, perdendo seu pulso libertário.
O movimento libertário naquele tempo tinha duas graves fraquezas que nos deixaram abertos para tal deserção:
- era pequeno, e, portanto, não tinha cadre autoconsciente, não tinha órgãos de opinião, não tinha cadre de reforço mútuo com quem conversar e lidar, e
- parcialmente como um resultado desse pequeno número, o movimento libertário daquela época não tinha atividade para atrair libertários jovens e ávidos.
Muitas eram as vezes que um novo convertido ao sistema libertário perguntaria, OK, agora sou um libertário, o que eu posso fazer sobre isso? Qual atividade posso realizar? Não havia resposta.
Se uma pessoa era um jovem estudante em ascensão, ele poderia ir para uma escola de graduação e entrar nas alas educacionais do movimento; mas e se não fosse? Como um resultado, o número de defecções da cadre, não apenas para a Nova Esquerda, mas completamente fora, era uma legião.
E esta é uma das razões principais do Partido Libertário ter sido tal desenvolvimento importante e vital nos últimos anos: Ele deu aos jovens (e velhos) ávidos libertários um campo amplo e aberto à atividade energética contínua. Em suma, por causa do Partido Libertário, temos um genuíno movimento ao invés de apenas um pequeno grupo de pensadores e faladores (por mais importantes que as últimas funções possam ser).
Isso também é o porquê de ser muito importante ter “centros abertos” para libertários — organizações para libertários em ascensão visitar e estudar, instituições que demonstram a existência de uma ideologia organizada e de um movimento. Pois, eu estou convencido que, por muitas razões, incluindo a herança libertária que é parcialmente bebida por muitos Americanos, existem muitas pessoas que são libertárias rudimentar e “instintivamente” e não sabem, e que precisam apenas de poucas reiterações abertas do credo radical puro para participar.
Encontrar o movimento se torna extremamente importante ao cadre potencial ou atual isolado. No fim dos anos 1940 e durante anos depois, por exemplo, a FEE forneceu o enorme serviço de ser o único centro aberto ao laissez-faire em existência, e eu vividamente me lembro da importância vital para mim e aos outros jovens libertários de descobrir ideias e pessoas libertárias através da FEE e do efeito que esse estímulo e reforço teve ao radicalizar nossas próprias posições.
Um dos mais importantes problemas para qualquer movimento radical de minoria é a questão do otimismo ou do pessimismo do longo prazo. A saber, enquanto os prospectos de curto prazo para a vitória podem ser inexistentes, acredita o movimento que, no longo prazo, irá vencer? Em meu “Left and Right: The Prospects for Liberty”, eu apontei que o conservador, aqui e na Europa, é sempre um pessimista de longo prazo. O conservador acredita que a marcha inevitável da história está contra ele:
Daí, a tendencia inevitavelmente corre ao estatismo de esquerda em casa e ao comunismo no exterior. É esse desespero de longo prazo que conta para o otimismo, um tanto bizarro, de curto prazo do Conservador; pois, uma vez que o longo prazo é desistido como sem esperança, o Conservador sente que sua única esperança de sucesso reside no momento corrente. Em assuntos estrangeiros, esse ponto de vista leva o Conservador a chamar por embates desesperados com o comunismo, pois ele sente que quanto mais esperar pior, inevitavelmente, as coisas se tornarão; em casa, leva-o à concentração total na próxima eleição, na qual ele está sempre esperando pela vitória e nunca a alcança. A quintessência do Homem Prático, e aflito pelo desespero de longo prazo, o Conservador se recusa a pensar ou planejar para além da eleição.
Que o conservadorismo raramente atrai jovens é explicável pelo comentário incisivo de Randolph Bourne, de que,
nossos anciões estão sempre otimistas em suas visões do presente, pessimistas em suas visões do futuro; o jovem é pessimista em relação ao presente e esperançoso gloriosamente pelo futuro. E é essa esperança que é a alavanca do progresso. […]
Ademais, o conservadorismo, com seus apegos à Antiga Ordem militarista, teocrática e feudalista, merece ser pessimista. Muitos libertários também têm tendido a ser pessimistas no longo prazo, parcialmente em imitação ao conservadorismo (com o qual alguns eram uma vez aliados), mas parcialmente porque é fácil ser pessimista no século XX se se foca no avanço contínuo do poder estatal. Mas adotar essa posição é ser presa do que os Marxistas chamam de “impressionismo”, i.e., responder apenas às marchas superficiais e jornalísticas dos eventos sem analisar as leis subjacentes e as essências do mundo real.
Deveria ser óbvio que o otimismo de longo prazo é importante para o sucesso de qualquer movimento radical. No movimento libertário, o pessimismo levou ao desespero, à desistência, ao confinamento da ideologia a um jogo intelectual ou ao anseio oportunístico por ganhos de curto prazo que leva à traição do princípio básico e que tem governado o movimento conservador; por outro lado, o otimismo de longo prazo leva tanto a um espírito buoyant quanto à disposição de engajar em uma luta determinada e prolongada por objetivos últimos.
Tudo isso é psicologicamente claro. Mas, se é para o libertarianismo ser fundamentado em uma apreensão racional da realidade, é o otimismo de longo prazo a postura correta a ser tomada ou é apenas um placebo psicológico?
É minha alegação, que não pode ser elaborada aqui, que o libertarianismo irá vencer, e, portanto, que o otimismo de longo prazo não é apenas psicologicamente animador, mas também é racionalmente correto. Em meu “Left and Right: The Prospects for Liberty”, eu elaborei as razões básicas para esta alegação: que, dado o comprometimento por todos, desde a Revolução Industrial, ao industrialismo e ao consumo em massa, o livre mercado é a única economia que possibilita o sistema industrial, junto com os padrões de vida acima da subsistência para a crescente massa da população, para sobreviver e florescer. Em suma, a verdade econômica e moral está, é claro, do nosso lado; mas, em adição a esse fato, às vezes não muito reconfortante, a liberdade é necessária à sobrevivência e à prosperidade do mundo industrial da era moderna.
Mas isso, é claro, pode ainda ser um bem longo prazo, e pode ser um conforto frio a espíritos impacientes. Em vários escritos desde 1973-74, eu tenho concluído que a predição de longo prazo de Mises da “exaustão do fundo de reserva” — que as desafortunadas consequências do intervencionismo governamental irão, um dia, tornar-se reluzentemente evidentes — agora se tornou verdadeira. Temos visto nos últimos anos uma série de crises: recessão inflacionária; o colapso do Keynesianismo; alíquotas de impostos incapacitantes; as falhas do Vietnam; as revelações sobre a CIA, o FBI e Watergate; as crises criminais e nas escolas públicas; e muito mais. Pelo menos nos Estados Unidos, as condições objetivas agora existem e continuarão a existir para um salto acelerado em direção ao libertarianismo e para uma aceleração rápida do “cronograma” da vitória.
Não posso acreditar que o grande e visível salto para frente, em quantidade e em qualidade, do movimento libertário desde, aproximadamente, 1973 não seja relacionado a essa nova crise contínua do estado Americano. Em suma, o crescimento nas “condições subjetivas” para a vitória libertária (a cadre e o movimento libertário) é parcialmente uma função do colapso objetivo do estatismo.
Como os Marxistas apontam, o pessimismo se origina do impressionismo e da falha em pensar dialeticamente. Em suma, em termos libertários, enquanto o estatismo pode estar marchando adiante, essa marcha inevitavelmente levará a um colapso crescente do estatismo que, por sua vez, leva a uma reação crescente em favor do libertarianismo e contra o estado.
A diferença aqui entre libertários e Marxistas se origina das diferentes teorias deles. Assim, enquanto o Marxista acredita que o capitalismo irá afundar em suas “contradições inevitáveis”, dando surgimento ao movimento proletário para sua eventual abolição, o libertarianismo sustenta que o estatismo, a intervenção governamental, irá afundar em suas “contradições” inevitáveis, e que esse colapso dará origem a um movimento libertário entre o público para sua eventual abolição — e, ademais, se minha análise do pós-1973 estiver correta, esse colapso do estatismo já começou.
A vitória libertária é, assim, inevitável no sentido que o colapso objetivo do estatismo está fadado a se intensificar e, também, que tal colapso irá tender a dar um ímpeto ao crescimento das ideias e dos ativistas libertários; mas, com nossa crença na livridade individual da vontade, é claro que a adoção livre e voluntária das ideias libertárias não está determinada e, portanto, não pode ser inevitável no sentido estrito. Mas a vitória pode ser alcançada se o movimento libertário continuar a crescer, em quantidade e em qualidade, e se os libertários continuarem a aprender sobre os problemas políticos correntes, colocando a análise deles nos problemas que o povo Americano encara.
É importante para libertários perceber que a maioria do povo não está, em tempos normais, interessada em assuntos políticos e, portanto, disposta a continuar a apoiar, passiva ou ativamente, o status quo. É apenas o desenvolvimento de “situações de crises” (como impostos de propriedade altíssimos na California), crises que resultam do colapso do sistema existente e com as quais o sistema não pode lidar, que o movimento radical pode acelerar sua força e possibilidade de alcançar a vitória (como fez no caso da Proposição 13 na California).
São tais períodos de colapso que estimulam uma disposição massiva entre o público a pensar profundamente sobre o sistema social e a considerar alternativas radicais. Tais situações de crise podem ser econômicas (tal como depressão, inflação ou impostos altíssimos), de perda ou de empate na guerra, de repressão política da livre expressão e da livre atividade, ou de quaisquer combinações dessas.
Essas situações de crise constituem as “condições objetivas” necessárias para um triunfo radical de sucesso. Além desses requisitos de condições objetivas, existem também as “condições subjetivas” — a saber, um movimento de força e de influência suficiente para tomar vantagem dessas condições objetivas: especificamente, preparar-se antecipadamente ao prever a crise, apontar como a crise se origina sistematicamente do sistema político e que não é um simples acidente histórico, e apontar para a alternativa radical pela qual essas crises e outras, como elas, podem ser superadas.
A elite dominante da América e de outros lugares está começando a perder sua autoconfiança, a sofrer um decaimento de sua vontade. E isso, em verdade, é outra condição da vitória. Como Lawrence Stone apontou em uma análise da falha da classe dominante,
A elite pode perder sua habilidade manipulativa, sua superioridade militar, sua autoconfiança ou sua coesão; pode se tornar afastada da não-elite ou ser soterrada por uma crise financeira; pode ser incompetente, fraca ou brutal. (Causes of the English Revolution, 1520-1642, p. 9)
Assim, as condições objetivas para o triunfo da liberdade têm, agora, nos últimos anos, pelo menos chegado, pelo menos nos Estados Unidos. Ademais, a natureza dessa crise sistêmica é tal que o governo é, agora, percebido como o culpado; ela não pode ser aliviada, exceto através de uma virada drástica em direção da liberdade. Portanto, o que é preciso, basicamente, agora, é o crescimento das “condições subjetivas”, das ideias libertárias e, particularmente, de um movimento libertário dedicado a avançar aquelas ideias no fórum público.
Certamente, não é coincidência que é precisamente nesses anos, desde 1971 e, particularmente, desde 1973, que essas condições subjetivas fizeram suas maiores pernadas neste século. Pois, o colapso do estatismo tem, sem dúvidas, esporeado muito mais pessoas para se tornarem parciais ou completas libertárias, e, daí, as condições objetivas ajudam a gerar as subjetivas. Ademais, nos Estados Unidos pelo menos, a herança esplêndida da liberdade e das ideias libertárias, voltando para além dos tempos revolucionários, nunca foi completamente perdida. Libertários dos dias atuais têm, portanto, bases históricas sólidas nas quais construir.
O rápido crescimento nestes últimos anos de ideias e movimentos libertários tem pervadido muitos campos da escolaridade (especialmente entre estudiosos jovens) e nas áreas do jornalismo, dos negócios e da política. Por causa das condições objetivas contínuas, parece claro que essa erupção do libertarianismo em muitos lugares, novos e inesperados, é uma inevitavelmente crescente resposta às condições percebidas da realidade objetiva. Dado o livre arbítrio, ninguém pode predizer com certeza que o ânimo libertário crescente na América irá se solidificar em um breve período de tempo e avançar sem hesitar ao sucesso do programa libertário completo. Mas, certamente, tanto a teoria quanto a análise das condições históricas correntes levam à conclusão de que as prospectivas correntes para a liberdade, mesmo no curto prazo, são, em verdade, excelentes.
[1] Este artigo foi publicado pela primeira vez com o título “Strategies For a Libertarian Victory.” Libertarian Review, agosto de 1979, pág. 18-24, 34.
[2] Movimento [geralmente com adjetivo.] Uma série longa e conectada de atos e de eventos tendendo em direção a um fim mais ou menos definido; uma agitação em favor de algum princípio, diretiva etc., como, o movimento Tractarian*; o movimento da proibição**.
N.T.: *Chamado também de Movimento de Oxford.
**Conhecido como o movimento da temperança.
[3] N.T.: Aqui, Rothbard está usando um conceito tomista, a saber, “actuality”.