As virtudes do homem são muitas, e devem ser trabalhadas diariamente, de forma a elevar o homem, transcender sua existência e fazer sua alma se iluminar, para aproximar os mortais de Deus. Para que isso seja possível é necessário liberdade, ou como vários chamam, livre-arbítrio, pois é do conhecimento dos doutores da igreja que uma ação moralmente correta apenas existe onde se há liberdade para escolher entre os cominhos do bem e do mal, onde se há liberdade para errar, onde se há liberdade para escolher e tomar suas próprias decisões. E claro, sempre haverá duas opções a serem seguidas, a certa e a errada. E a ação que segue a Moral e demonstra as virtudes do homem é aquela onde mesmo tendo a opção de executar uma atitude ruim, uma atitude má, se executa a boa, mesmo que seja mais sacrificante ou difícil, pois não importa o utilitarismo da escolha, mas sim se ela é correta ou não. Em suma, é necessário existir a liberdade de cometer o mal ou o bem, para que uma ação seja realmente virtuosa e demonstre os dotes de um homem.
Dito isso, vamos avançar para aonde quero chegar, que é mostrar com o Estado em todo sua perversidade desvirtua os homens, e os torna covardes morais, que abandonaram seus valores e a coragem de serem livres.
Muitos tentam justificar a existência do Estado partindo do ponto de ajudar o próximo, ajudar os pobres, adquirindo uma falsa virtude, uma falsa moralidade que claramente é roubada do Cristianismo. Mas isso é uma perversidade Maquiavélica, pois está justificando uma maldade por uma suposta bondade. E a maldade em questão é justamente o roubo que ocorre pelos impostos, e quanto a isso, já demonstrei no meu artigo passado a veracidade da afirmação, então não me deterei nela aqui. O que os falsos moralistas esquecem completamente é justamente o que disse no começo, só existe moral e virtudes onde há livre-arbítrio e liberdade. E agora, caro leitor, tu deves estar se perguntando, onde está o erro? Bom o erro se encontra justamente na obrigatoriedade de “ajudar o próximo” que o estado nos impõe, para a maioria, em primeira vista, parece algo bom, mas é evidentemente um equívoco, e argumentarei do porquê disso a seguir.
Primeiramente, a obrigatoriedade disso elimina qualquer possibilidade de ser um ato moralmente correto, pois este deve ser sempre VOLUNTÁRIO. Então, obrigar todos a pagarem impostos na justificativa de ajudar alguns é covardia moral, além de ser totalmente antiético. É como defender qualquer crime na suposta “boa ação” futura que o bandido iria cometer – devemos lembrar que nosso mundo não é matemático, onde dois negativos geram um positivo; não será uma nova injustiça que irá sanar a primeira. Não estou dizendo que ajudar é errado, mas isso deve ser opcional e partir da livre iniciativa do indivíduo, caso contrário você só ajudará por ser obrigado, ou seja, não há virtudes nisso.
Além disso, muitos acreditam que por pagarem impostos não devem fazer mais nada, pois seus impostos estão sendo redistribuídos aos que necessitam – esquecem-se, também, que o imposto é imoral e antiético, pois não é voluntário e sim uma expropriação de propriedade privada alheia – então tentar argumentar da utilidade contra o âmbito ético e moral é loucura, pois estes são os que definem antes de tudo o certo e o errado, ou seja, antes de colocar algo em prática é necessário avaliar se a ação é ética e moral, caso contrário, não deve ser executada . Em suma, é um argumento inválido, seja para a existência do estado, ou para ações do homem, pois são erradas em sua definição, então pensar no utilitarismo disso é dar um pulo no raciocínio.
A seguir, fica evidente que o estado, por meio da inevitável redistribuição de renda gera consequências ruins, e são nelas que fica evidente que o homem está sendo desvirtuado ao se retirar a responsabilidade individual e liberdade de ação de cada indivíduo. E essa redistribuição ocorre mais visivelmente em assistencialismo, mas todo o sistema estatal é baseado nisso como veremos em várias áreas de sua atuação por seguinte.
Saúde: A existência da saúde estatal desvirtuou o homem no sentido de deixar de cuidar de si mesmo e de sua família. Isso ocorre pois o SUS destruiu toda concorrência existente em função de seu subsídio estatal “infinito”, sendo assim, as organizações privadas remanescentes foram apenas aquelas que são muitos grandes e conseguem sobreviver a carga tributária e concorrência desleal do sistema público, criando a falácia de que saúde privada é apenas para ricos. A maioria da população então passa a pensar que o SUS é sua melhor opção, pois o privada que sobrou é muito cara e o público – na mente distorcida deles – é de “graça”. E essa suposta gratuidade do público faz com que os homens não mais se preocupem em cuidar da sua saúde, pois o sistema supostamente estará lá para atender a ele e sua família quando precisar, então, pensa o pobre sujeito, “por que me cuidar, se posso tenho atendimento de graça?”.
Sem contar que por qualquer problema as pessoas estão recorrendo ao SUS por acreditarem não terem gastos, congestionando todo sistema em função do número gigantesco de pacientes que muitas vezes não tem nada. Se houvesse a livre concorrência de clínicas e hospitais privados – assim como seguradoras – vendendo planos de saúde, o que custaria certa quantia, as pessoas passariam a cuidar muitos mais de seus corpos e de seus familiares e amigos, no objetivo de evitar gastos maiores. Assim como, as empresas de seguros, iriam tentar assegurar ao máximo a qualidade de vida de seus clientes para evitar precisarem pagar indenizações milionárias a todo o momento. Em suma, a existência do “gratuito” faz o homem não ligar para sua saúde e de seus familiares, negligenciando e tomando riscos que não tomaria caso a situação fosse outra.
Aposentadoria: A existência da aposentadoria estatal torna o homem improdutivo, desvirtuando seu trabalho e vontade de melhorar. Isso ocorre de maneira simples e muito parecida com a saúde. Até anos atrás, cada chefe de família – ou cada indivíduo – era responsável por seu sustento – ou de sua família – desde sua independência financeira inicial até o fim de sua vida, e portanto se tornava necessário ser produtivo durante a juventude e vida adulta para que na velhice houvesse dinheiro poupado para o fim da vida, onde trabalhar e ser produtivo passa a se tornar inviável. Isso era um incentivo para todas pessoas procurassem melhorar em seus trabalhos, a serem melhores em suas funções, a sempre estarem progredindo, pois o futuro seria necessário.
Quando o estado passa a assumir este papel, surge uma falsa segurança para o futuro, e a população deixa de se preocupar em guardar dinheiro, em planejar seu futuro, em serem produtivos no seus trabalhos, ou seja, retira-se um incentivo essencial para o progresso, retira-se a responsabilidade individual para o futuro. Isso sem contar o colapso da Previdência que está para ocorrer em todo ocidente devido as diferenças etárias da população e essa dependência criada do governo. Assim, com a estatização da aposentadoria as virtudes foram mais uma vez abandonadas.
Programas assistencialistas: Do mesmo modo que a previdência, faz o homem não querer produzir, o assistencialismo gera uma geração de preguiçosos. Isso se dá em um ciclo vicioso. Primeiro existem as pessoas que necessitam de ajuda de verdade, então o estado passa a tentar acudi-los – repito que isso está errado eticamente e moralmente pois o dinheiro utilizado é roubado, e é impossível ser a favor do roubo sem cair em contradição com a propriedade privada, não podendo ser justificado nunca; devemos lembrar que toda ajuda deve ser voluntária. Em breve, pessoas que não necessitavam de ajuda passam a perceber que podem aproveitar a situação, mas como? Simples! Por que alguém iria ter incentivo para trabalhar se o estado irá ajudar os que não se esforçam em nada? Ou por que iriam se esforçar sendo que alguém sem esforço algum ganha um valor igual ou superior ao meu do estado? Ou seja, o incentivo é inverso, ele se torna um incentivo para NÃO TRABALHAR, não se esforçar.
Em breve um segundo fator ocorre, os que trabalham e se esforçam passam a perceber isso, e pensam: “Por que devo me esforçar se meu dinheiro vai para quem não se esforça? Por que trabalhar se posso receber do estado por não trabalhar?”, e então todos começam a tentar a se aproveitar da situação, e quando menos se percebe uma metade está sustentando a outra vagabunda, e por fim, todos passam a serem vagabundos que não querem e nem trabalham, pois não há razão para trabalhar. Com isso o sistema entra em colapso, e isso nada mais é que o coletivismo agindo. E desse modo, as virtudes são atacadas mais uma vez.
Segurança: O estado incentiva o homem ao crime, desvirtuando-o. Isso corre da seguinte forma: no estado, por haver a possibilidade de mudança da leis a qualquer momento por meio dos legisladores, algo que é crime agora pode não ser semana que vem. Isso faz com que os bandidos não temam a lei, pois podem ser presos agora e soltos na próxima semana pois seu ato deixou de ser crime, criando-se uma instabilidade jurídica. Sendo assim, existe um gigantesco incentivo ao crime, pois este sempre está em mudança de definição. Além de que o sistema prisional é ridículo, onde novamente cria-se o incentivo à vida como bandido, mas como? Basicamente ocorre o seguinte, o indivíduo X assalta e mata o Y; então ele é condenado a prisão. Resultado? A família de Y, além de perder um membro é OBRIGADA via impostos a sustentar não só X, mas como seus familiares que passam a receber uma bolsa do governo; desse modo o bandido GANHA uma bolsa por ser mau, logo há mais vantagens em ser criminoso do que honesto. E ser um criminoso é ser desvirtuado de várias formas e em várias possibilidades, você tem incentivo para ser um assassino, ser um estuprador, ser um ladrão de móveis, de lojas de celulares; todo tipo de atrocidade pode não ser mais crime. Além disso, cada membro que entra na política é pago com dinheiro de roubo, então o estado tem um incentivo inevitável – seja ele mínimo ou não – de criar criminosos e destruir as virtudes da sociedade.
Produtividade: Eu sei que os pontos anteriores basicamente tocavam nesta questão, mas aqui vou me ater a questão mais econômica. O estado faz o homem se tornar improdutivo apenas por existir. O imposto, que permite e sustenta o estado, é basicamente um desvio do fluxo monetário, ou seja, o dinheiro que poderia ser usado em investimentos, em compras, ir para uma poupança, em avanços tecnológicos – tudo que gere movimentação monetária para resumir – acaba realocado para outro local onde não será tão produtivo ou desviando de um que há mais demanda no momento. Com o tempo o imposto passa a retirar tanto dinheiro das pessoas que elas desistem de tentar, é falha atrás de falha devido as cobranças e burocracias do estado, o que torna difícil prosperar, até um ponto em que não se suporta mais ser roubado. Ou seja, o estado retira o incentivo de produção, desvirtuando o homem, pois corroí seu trabalho e a vontade de produzir do homem. Destruindo assim mais e mais virtudes.
Por fim, vimos que o Estado, em sua existência e operação via governo e seus agentes, desvirtua o homem. E é visível que isso ocorre, em sua maioria, retirando-se a responsabilidade individual de cada cidadão ou atrapalhando e interferindo na vida alheia de quem tenta ser uma boa pessoa. Não estou aqui, fazendo uma defesa de esquerda comunista, pois estou atacando e culpando o sistema, estes pedem por mais estado para solucionar o problema, ou seja, pedem mais do causador disto.
Pelo contrário, minha ideia de solução se encontra no Anarcocapitalismo, onde as responsabilidades individuais realmente são individuais, onde os crimes são punidos e o Direito de Propriedade Privada reina. Existem pessoas que realmente são improdutivas, e não servem para nada, mas infelizmente o Estado acaba por fazer com quem elas se mantenham assim, neste mesmo modo de vida; além de punir os que se esforçam para crescerem e prosperarem como homens virtuosos, criando assim mais e mais pessoas improdutivas e sem virtudes.
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