Era uma vez três lindas mulheres, as mulheres mais bonitas de Ruritânia: Ana, Bete e Clara. Elas viviam no auge da democracia e dos direitos em seu país, que se orgulhava de ter a constituição mais igual do mundo e onde todos os cidadãos tinham seus direitos assegurados.
Em Ruritânia, todos tinham direito à vida, à felicidade, segurança, saúde, educação, moradia, ao lazer, eletricidade, água e esgoto encanado, TV a cabo, a uma bicicleta, à banda larga e ao prazer sexual. Assim dizia sua constituição.
Certo dia, Ana, Bete e Clara foram convocadas pela Secretaria Garantidora da Igualdade do Prazer Sexual (SEGIPS): teriam que dividir sua beleza com os mais desprovidos, não era justo que possuíssem tanta beleza e tão fácil acesso ao prazer sexual enquanto outros fossem tão feios e não tivessem tantas oportunidades de escolha de parceiros.
Elas se revoltaram, aquilo não fazia sentido, a beleza era delas e de mais ninguém! Bete gritou: – Meu corpo, minhas regras!
Entretanto, o fiscal respondeu: – Você não tem direito de opinar sobre isso! Você não sabe como é ser feio, não consegue nem imaginar os horrores e as dificuldades que os feios enfrentam!
Ana tentou resistir. Os fiscais bateram nela e cortaram o seu cabelo. Serviria de exemplo para as outras.
O fiscal as repreendeu: – Vocês são uma vergonha! Só pensam em vocês, não conseguem nem por um minuto pensar no coletivo, no bem da sociedade? Todos temos que fazer sacrifícios!
No fim, não houve negociação, as três tiveram que cumprir seus deveres e dividir sua beleza com os homens desprovidos de beleza.
Ana, que era solteira, foi para casa e nunca mais tocou no assunto com ninguém. Seis meses depois, ela recebeu uma carta do governo com uma mensagem e um tufo de seus cabelos loiros. A mensagem dizia que infelizmente haviam recolhido mais do que dizia a lei e que, portanto, estavam enviando a restituição dentro do envelope.
Bete, em estado de choque, foi para casa, para os braços do seu marido. Ele a consolou: – Amor, estou aqui para cuidar de você. Nós vamos superar isso juntos, infelizmente não há nada que possamos fazer…
Já Clara chegou em casa aos prantos. Revoltada mas sem saber como agir, contou ao marido, companheiro de muitos anos, o que havia acontecido: – Amor… eu fui estuprada!
Marcos, preocupadíssimo, com sangue nos olhos, perguntou: – Como assim??? Quem fez isso com você?? Eu mato ele!
– Foi o governo amor!!! Eles deveriam me proteger, não me estuprar!!!
Nisso, aliviado, ele respondeu: – Ah amor, você não explica direito! Você precisa entender, isso não foi um estupro. É apenas o preço que precisamos pagar para viver em sociedade…
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Essa parábola podia ser narrada ou filmada, hein?! Muito boa!
Valeu!! Podemos fazer uma versão narrada e postar como podcast 🙂 Já filmar é um pouco mais complexo, mas se tiver alguém afim…