O Finado Libertyzine precisa ser divulgado! Aqui está um dos nossos esforços para fazê-lo. Estaremos postando os conteúdos de estratégia que encontrarmos nele e no C4SS como uma forma de incentivar seu acesso!
Data: Terça-feira, 17 de maio, às 19h30.
Local: Residência do editor de Liberty, Avenida Garfield, número 10, Crescent Beach, Revere (uma cidade nos arredores de Boston).
Dramatis Personæ: Charles F. Fenno, coletor de impostos de Revere, e o editor de Liberty.
Fenno: O sr. Tucker vive aqui?
Editor de Liberty: Esse é meu nome, senhor.
F.: Vim tratar do imposto comunitário.
E.de L.: Devo algo ao senhor?
F.: Bom, não, mas o senhor estava vivendo aqui no primeiro de maio do ano passado e a cidade lhe cobrou um dólar em imposto.
E.de L.: Ah! Não é uma questão de acordo, portanto?
F.: Não, é uma questão de compulsão.
E.de L.: Não seria essa uma palavra um tanto amena? Eu chamo isso de roubo.
F.: Ora, diabos, o senhor conhece a lei, ela diz que todas as pessoas de vinte ou mais anos de idade que estejam vivendo numa cidade no primeiro dia de maio…
E.de L.: Sim, eu sei o que diz a lei, mas a lei é o maior de todos os ladrões.
F.: Pode muito bem ser. De qualquer maneira, eu preciso do dinheiro.
E.de L. (tirando um dólar de seu bolso e entregando-o a Fenno): Pois bem. Tenho consciência de que o senhor é mais forte do que eu, porque o senhor tem muitos outros ladrões consigo, e de que o senhor será capaz de tirar este dólar de mim se eu me recusar a entregá-lo. Se eu não soubesse que o senhor é mais forte que eu, eu o jogaria escada abaixo. Mas uma vez que eu sei que o senhor é mais forte, eu lhe entrego o dólar tal qual o entregaria a qualquer salteador. O senhor não tem mais qualquer direito de tomá-lo, entretanto, do que tem direito de entrar em minha casa e tomar tudo o mais em que seus dedos encostarem, e eu não entendo por que o senhor não faz isso.
F.: O senhor tem em mãos a sua fatura de impostos?
E.de L.: Eu nunca pego recibo de dinheiro que me é roubado.
F.: Ah, então é isso?
E.de L.: Sim, é.
E fechou a porta na cara de Fenno.
Ele parecia um inócuo e inofensivo indivíduo, totalmente ignorante da natureza ultrajante de sua conduta, e ainda deve estar imaginando, presumo eu, se não estiver consultando a respeito os outros cidadãos, que tipo de maluco vive no número 10 da Avenida Garfield, e se não seria sábio isolá-lo imediatamente num asilo para lunáticos.