A democracia tende ao totalitarismo

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A DEMOCRACIA TENDE AO TOTALITARISMO

 Em meio as ditaduras democráticas, com o pouco de liberdade que restou na internet, surgem vozes contrárias a essas ditaduras. O general intelectual pelo ideal da liberdade e contra a ditadura democrática, Paulo Kogos, é uma dessas vozes, que hoje sofre a censura ditatorial da democracia. Sem as explicações de Kogos mostrando a natureza da democracia, o artigo presente não poderia existir, ou se existisse incompleto ficaria. Nesse sentido, os guerreiros da liberdades agradecem a Kogos, pelas contribuições ao movimento da liberdade, e dão apoio neste momento delicado.

A visão do futuro e a visão curta

 O ser humano age, utilizando de meios, visa alcançar um fim, considerado mais confortável a situação anterior. Em toda ação é escolhido um fim, e os outros descartados. O conforto descartado pelos fins não escolhidos é o custo da atuação humana. Com um fim em vista, o agente, baseado na experiência e na sua visão, discrimina os meios sem utilidade, escolhendo meios que pensa ter maior eficácia para alcançar o fim almejado. Escolher é agir. Escolhido o fim e os meios para alcançá-lo, o plano de ação é posto em prática. Se o agente chegar ao fim da ação, e alcançar uma intensidade de conforto maior do que o custo, lucrado terá. Com o agente ficando menos satisfeito comparado ao custo da ação, um prejuízo obteve.

 Na ação ocorre mudança da condição insatisfatória antes da ação, com o agente transformando as coisas ao seu redor no momento da atuação, culminando no fim considerado satisfatório. Mudança ocorre no tempo, sem tempo as coisas nunca foram e nunca podem ser, as coisas sempre são. Ação é mudança, mudança ocorre no tempo, então ação é efetuada no tempo.

 O corpo de uma pessoa é o meio primário para sua atuação. O agente passa a atuar depois de um certa idade, antes não há ação. O ser humano, sendo um ser vivo morre, depois desse evento o agente não age. Somente ocorre ação enquanto vivo o agente estiver, fora dos limites da vida não é possível agir. Um plano de ação pode continuar além da vida, porém, agindo está outra pessoa, e não a criadora do plano original. A vida humana limitada, passa pelo tempo escasso.

 É preferido o maior ganho de conforto por tempo gasto. Desperdiçado o tempo, menor é o ganho de satisfação. Gastar tempo é gastar vida. Tendo igual ganho de conforto, ação menor no tempo é preferida a maiores ações. Preferência temporal é o nome desse fenômeno. A taxa de preferência temporal varia em cada pessoa, em diferentes tempos. Sendo a taxa maior, fins de curto prazo são escolhidos. Com menor taxa, longe no tempo fins são mais preferidos.

Negar a ação humana é negar a vida humana

 O ser humano é um ser vivo, seres vivos têm necessidades fisiológicas. Não atendendo as necessidades, o corpo não funciona, levando a morte. Atendendo as necessidades o agente vive. A vida é preferida, ao atender às próprias necessidades.

 Se a morte é preferida, as necessidades fisiológicas não serão satisfeitas propositalmente, o suicídio é escolhido. Se há pessoas vivas, se o leitor e o autor vivos estão, preferem a vida em vez da morte. Viver é uma escolha humana.

 Escolher é agir, se viva a pessoa está, agindo estará. Mesmo achando que nada esteja fazendo, se assim escolhe, pensa que maior satisfação terá do que trabalhar, está agindo. Estar vivo é estar fazendo algo, a única forma para evitar agir é morto estar. Agir é viver, negar é agir, não agir é morte. Negar é viver, mortos não negam. Negar a ação, é dizer que está morto, e mortos não negam. A negação da ação, com a vida entrou em contradição.

A visão futura leva ao aumento da produção

 Os bens ou meios de ação de uma pessoa, é a riqueza. Mais bens, maior a riqueza. Maior a riqueza, maior as possibilidades de ação. Maior as possibilidades de ação, maior as possibilidades de atingir fins satisfatórios. Maior riqueza, maior as possibilidades do alcance de fins satisfatórios. Ação visa satisfação, então a riqueza é preferida a pobreza.

A importância dada ao recurso para alcançar um fim, é utilidade. Se o recurso é útil para chegar ao fim almejado pelo agente, é um bem. Se não é útil, não é usado na ação, não é um bem. É dado a cada bem, uma intensidade de utilidade, conforme a intensidade de satisfação obtida com o fim que o bem culmina. Um recurso ilimitado atende todos os fins, ficando completamente satisfeito. Em plena satisfação, todas as possibilidades de ação foram esgotadas, nenhuma ação acrescentará conforto. Com recursos ilimitados não há ação, não são bens

 Todo bem é limitado a atender alguns fins, a riqueza é escassa, a cada ação riqueza é consumida. Maior a riqueza gasta numa ação, no futuro menor as possibilidades de ação. Estará sendo preferido gastar riqueza nessa que outra ação. O agente prefere a maior satisfação por riqueza gasta, do que, mais gasto e menos satisfação. O custo é refletido para a riqueza. Custo é o gasto de riqueza numa ação, discriminado o uso desse gasto em outras ações, com fins diferentes. A satisfação é o ganho. É lucro ter um custo menor que o ganho. E prejuízo um custo maior que o ganho.

 Trabalho é a aplicação dos esforços que o corpo do agente aguentar numa ação. Produzir requer trabalho e tempo, para extrair recursos naturais, misturando-os, passando por processos químicos e físicos, transformando-os no bem demandado. Os trabalhadores precisam subsistir. A subsistência e o aumento direto de satisfação se dá com o consumo dos bens de consumo. Os bens de consumo para subsistência, tem de ser poupados antes, para durante a produção ser pago aos trabalhadores, por seus serviços. Não há trabalho sem pagamento, a produção é parada, ocorrendo um desperdício de riqueza².

 Poupar é sacrificar o consumo da riqueza agora, guardando-a. Investir, é poupar, para depois aplicar na ação de produção, visando no final ter lucro. Se acredita ter prejuízo, investimento não será feito pelo agente. A riqueza e o tempo gasto no consumo é menor que na produção, e muito menor do que no aumento da produção, porém, a quantidade de riqueza resultante é maior na produção, ainda mais no aumento da produção, do que no consumo. A intensidade de satisfação por gasto, obtido pela produção é maior que o consumo. Produzir aumenta a riqueza, e se um método de produção não aumentar, não é investido.

 Quanto maior a produção, mais longe o fim dela estará. Quanto maior a preferência temporal menor a poupança, e menor a produção. Quanto mais longa a produção, menor preferência temporal e maior poupança são requeridos, para ser investido. Mais longo no tempo maior a riqueza produzida, os novos bens produzidos, atendem fins menos satisfatórios que os primeiros, usados para fins mais urgentes. A utilidade sobre os novos bens marginais decai. Menos dispostos os trabalhadores estão a pagar pelos bens adicionais, diminuindo o preço dos mesmos até o novo patamar de utilidade. Como o custo de adquirir bens diminuiu, o poder de compra dos trabalhadores terá aumentado. Com a utilidade dos bens menor, menor o custo de investir, menor o custo da busca de fins a longo prazo, menor a preferência temporal, retroalimentando o aumento da produção.

 Capitalismo é o sistema do amor ao próximo

 A ação de produção requer trabalho. Conforme age ganha experiência, melhor fica naquilo que tem experiência do que não tem, o que resulta ser mais produtivo em um trabalho, do que trabalhando em vários trabalhos. A especialização do trabalho ocorre em vista da maior produtividade por tempo e trabalho gasto. Os bens produzidos são trocados pelos bens demandados, produzidos por outros especialistas. A troca surge com a especialização do trabalho.

 A troca somente ocorre, se o bem a receber é mais útil que o bem a entregar. A produção é interligada pela troca, cada etapa está conectada a outra pela troca. E toda produção é destinada ao consumidor final, também ligado na produção pela troca. Todo trabalhador e poupador são humanos, e então e  consumidores. Se um bem produzido não ter utilidade, não é vendido, o agente menos poderá comprar bens de outros especialistas, não lucrará.  Para o lucro terá de reorganizar a produção para as demandas consumidoras.

 No escambo a pessoa terá de saber não apenas a utilidade dada pela outra pessoa aos bens que tem e quer, caso o agente primeiro não tenha o bem que o segundo quer, um terceiro com o bem terá de encontrar, se o primeiro não tiver o bem que quer o terceiro, terá que encontrar um quarto, e assim por diante. O escambo requer várias etapas até o fim da ação, o custo de troca é grande, limitando as trocas e a produção. Em vista do lucro, os bens produzidos pelo agente, serão trocados por um bem de grande utilidade a maioria, e esse trocado pelo bem demandado. Surge a moeda, que é um meio de troca, diminuindo o custo de trocar, e de produzir, aumentando a produção.

 O preço é o gasto de moeda para adquirir um bem, em troca. Através do uso da moeda é possível a comparação dos preços. A base do preço futuro está no preço passado. Sendo ajustado conforme a previsão do vendedor, em relação de vendas e oferta do bem. As vendas são determinadas pela, demanda, que depende das preferências consumidoras, dependendo da intensidade de  utilidade que cada pessoa dá aos bens. A oferta determinada pela escassez. A escassez determinada pela quantidade existente na natureza e pela produção do bem.

 Maior a demanda, e menor a oferta, maior o preço tende a ser. Menor a demanda e maior a oferta, menor o preço tende a ser. Os fins mudam conforme as ações, mudando a utilidade dos bens, mudando a demanda e a oferta, e os preços. Com o passar do tempo, cada preço aumenta ou diminui. Se não houver tempo, os fins almejados pelas pessoas sempre seriam os mesmos, os preços não mudariam.

 A produção é destinada a venda. Os preços possibilitam a comparação dos custos e ganhos na produção de cada bem. Isso possibilita saber o que e em que quantidade produzir para o maior lucro, e o que não produzir para evitar o prejuízo. Surge com a moeda o cálculo econômico. É produzido conforme o lucro. Maior o custo e menor as vendas, menor o lucro. Menor o custo e maior as vendas, maior o lucro. Os preços mudam, a produção demora, então no cálculo econômico a previsão do preço futuro é considerado. Conforme o preço dos bens de produção, será o custo da produção. De acordo com a demanda dos bens de consumo, será a demanda dos bens de produção. Todas as trocas efetuadas com moeda no passado é o mercado. O mercado torna possível o cálculo econômico, que possibilita uma produção em larga escala. Tudo isso é o capitalismo.

 Todo ser humano visa o aumento de conforto que se dá pelo consumo dos bens de consumo, é um consumidor. No capitalismo todo ser humano participa da produção, atuando na sua especialização, vendendo bens da sua produção, fazendo outros atingirem seus fins, em troca dos bens da produção de outros produtores, atingindo seu próprio fim. Capitalismo é também, a ação coordenada intratemporal e intertemporal, das milhões de pessoas que compõe a sociedade. Através do próprio lucro são alcançados os fins de outras pessoas.

 O amor ao próximo é o querer bem e a satisfação ao próximo. Capitalismo é produzir em via de atender os fins das outras pessoas, para atender o seu próprio. A produção que não é dedicada a satisfação ao próximo, não atende as demandas consumidoras, e portanto não é vendida, o produtor tem prejuízo. O sistema capitalista premia o amor ao próximo. Lucrar pelo capitalismo é amar o próximo, e quanto maior o lucro visado, maior tem de ser o amor ao próximo. E como toda produção e troca ocorre para o maior lucro possível, o capitalismo é o sistema do amor. A competição capitalista entre produtores não é uma guerra violenta. Os produtores amam tanto o próximo que competem, aquele que mais amar o próximo, terá maior lucro. Aquele que não conseguir amar tanto quanto os outros, terá prejuízo.

 O capitalismo surge do amor ao próximo, da amizade, da camaradagem, fazendo as pessoas preferirem por cooperar do que não cooperar na produção. Mesmo que esse sentimento inicialmente não estiver em todos, o próprio aumento de riquezas gerado pela cooperação na produção, fará os outros, visando o lucro próprio, preferirem também cooperar.

No capitalismo o verdadeiro prevalece

 O universo é composto por recursos escassos e fenômenos causais, percebidos pela mente humana ao agir. Conforme age experiência ganha, guardada na memória, reflexionadas pelo pensar, são fundidas as anteriores, criando um conhecimento referente ao universo e aos planos de ação. Verdadeiro ou não, esse conhecimento serve de base para a análise da escolha dos meios, para o planejamento da ação.

 Na mente da pessoa ocorre a formulação dos planos de ação. Ação é conectado a razão, inseparáveis, sem razão não há planejamento, sem plano não há ação. Pensar é pensar sobre ações. A imaginação pode fazer pensar coisas não reais, mas todo irreal pensado é baseado na experiência real. O conhecimento e os planos de ação, colocados em ordem, formam as ideias. O ser humano age baseado em ideias³.

 A comunicação permite a transmissão de idéias⁴. A comunicação efetua-se entre duas ou mais pessoas, expressando uma a outra palavras ou símbolos. Cada palavra ou símbolo tem um conceito, conectado a um objeto, um fenômeno do universo, ou ser agente, ou numa ação. Símbolos criados e aprendidos pela experiência da ação. Aprimorados conforme a vivência de cada ser humano. Um discurso é rescitado quando pensado ou planejado uma ação. Os símbolos estão conectados a ação por meio da razão.

 A linguagem é o meio da comunicação, a comunicação o meio para interagir com outras pessoas, as milhões de interações a sociedade. Ganhando e transmitindo ideias próprias, de outras pessoas, e de outros tempos pela tradição. A maioria das ideias apreendidas são ganhas através da comunicação. Uma minoria são ideias próprias. A criação de uma nova língua e das ideias que já foram criadas, é mais caro do que aprendê-las pela comunicação.

 A transmissão de idéias através da linguagem comum pela comunicação, ganha com a tradição, e a memória que cada pessoa possui, possibilita existir uma quantidade de ideias muito maior, do que se cada ser humano estivesse limitado a ficar isolado dos outros. A memória e a mente não são coletivas, cada ser humano capta, interpreta, guarda na memória e pensa em sua própria mente as ideias transmitidas por milhares de pessoas através da ação de comunicação, e também da tradição.

 Um grupo de idéias ordenadas e harmônicas, podendo ser falsas ou verdadeiras é a visão de mundo. A visão de mundo dá uma resposta para cada evento do universo ou da sociedade. A ideologia são doutrinas acerca da conduta individual e de interação social. Visões de mundo e ideologias são transmitidas através da comunicação. Quem conseguir comunicar-se com mais pessoas, sua ideologia e ou visão de mundo mais se espalhará pela sociedade. Por especializar-se na produção de ideias, o intelectual tende a ter sua visão de mundo mais espalhada pela sociedade.

 Com a evolução da produção, a produção de comunicação aumenta. A produção em grande escala possibilita os meios de comunicação as massas. Com a comunicação as massas, a quantidade de ideias transmitidas na sociedade tende a aumentar. Mídia são as agências dos meios de comunicação as massas. Uma ideia resumida, tem custo de transmissão menor, chegando a mais pessoas. O custo de ler um livro com um extenso discurso de um intelectual é maior do que o de ouvir uma frase resumindo o seu pensamento através da mídia. As ideias resumidas são a informação, a mídia transmite informações.

 A informação pode ser falsa ou verdadeira. Com uma informação verdadeira, o plano de ação pode ser bem sucedido. Com uma falsa informação, a ação se dará em desacordo com a realidade, levando a ação na insatisfação Os consumidores preferem receber informações verdadeiras a falsas. Agências de mídia, que transmitem informações falsas perderão consumidores, levando a falência. O processo do lucro e prejuízo contido no capitalismo faz as informações verdadeiras prevalecer como verdadeiras e as falsas como falsas. O capitalismo leva para  a falência a mentira, e a riqueza o verdadeiro. A demagogia, que é a arte da mentira não prevalece na sociedade capitalista.

 A família pariu o capitalismo

 Eventos inesperados que atrapalham a ação do agente, são dificuldades. Conforme vive dificuldades surgem. Uma dificuldade é vencida pela ação, terá de replanejar a ação encaixando esse evento nela. Vencer a dificuldade demora tempo, e conforme o tamanho da dificuldade é o tempo requerido para vencê-la. Vencer uma grande dificuldade, requer baixa preferência temporal, o suficiente para enxergar a solução do problema.

 Tradição são as ideias passadas dos antigos aos novos. Novas dificuldades são descobertas e resolvidas, as ideias são aprimoradas conforme o acúmulo de experiências, e repassadas pela tradição. Dificuldades e problemas pelos milênios de vivência há na tradição. Da tradição tem as instituições, grupos de pessoas agindo em comum a um fim.

 A união surge do amor. O ódio impede a união. A instituição família surge da união da mulher com o homem. A reprodução da espécie somente é possível pela união entre homem e mulher. Havendo ódio entre homem e mulher, não há união, não havendo união, não há reprodução, não havendo reprodução a espécie é extinta. Se a espécie continua, se o leitor e o autor estão vivos, é por que há amor e não ódio entre homens e mulheres. Dizer que há uma eterna guerra entre mulheres e homens é dizer que está morto, portanto, não é possível dizer sem entrar em contradição com a própria vida, que há por natureza a exploração de um sobre o outro. A família surge da troca de amor entre dois agentes. O ódio é discriminado, o amor e a união é preferido. Não é ação de agressão ou de exploração.

 O primeiro problema resolvido pela família é a manutenção da espécie. Na família, o homem e a mulher dão o melhor de sua natureza para a sobrevivência um do outro, e também pelo cuidar dos descendentes e antecedentes. A união entre mulher e homem geram os descendentes. Quando crianças, por não estar formado, a preparação a dura vida depende dos pais. Em troca os filhos quando adultos cuidam dos pais já idosos, que tendo as forças esgotadas nessa longa vida, precisam dos cuidados dos filhos. A família resolve o problema da infância, da educação e da velhice. A família passa a se tornar o amor intertemporal, a união pela sobrevivência entre entes de sangue. Da família surge também a comunicação.

 A família é base da sociedade capitalista. Sem família não há amor ao próximo, sem amor ao próximo não há capitalismo, não há cooperação, há separação, ódio e violência pela sobrevivência no mato. Na natureza há a eterna luta entre seres vivos pela sobrevivência. A sociedade capitalista é baseada no amor ao próximo, antes de surgir o capitalismo surgiu a família. Surgiu o amor entre o homem e a mulher, e então esse amor extrapolou para os filhos, que são frutos dessa união. E dos filhos aos pais, e aos avós, que apenas dão de volta o amor recebido por eles.

 Na família cada pessoa tenderá a se especializar numa função que for mais eficiente. O homem com sua força buscará o alimento na caça, a mulher com sua delicadeza vai manter a casa e preparar o alimento, os avós com sua grande experiência vão educar os netos. Do amor ao próximo na família surgirá a divisão do trabalho. A produção aumentará, em sequência a riqueza, diminuindo a preferência temporal da família. Com uma visão mais distante, visando o aumento da riqueza, vão amar pessoas além da família, ao produzir bens a outras familias, recebendo em troca bens que satisfará a própria família.

 Do amor entre as famílias surge a comunidade. Se ódio prevalecer entre as famílias, a comunidade não é possível. Com a comunidade a especialização tende a ser maior, cada família vai se especializar na produção de alguns bens, aumentando a produção. Com o aumento da riqueza devido a contribuição a produção não só de uma família, mas de várias famílias unidas e da maior especialização do trabalho, assim possibilitado, a preferência temporal tende a abaixar. Com uma preferência temporal ainda menor é percebido os lucros que antes não eram enxergados, de se fazer negócios não apenas com as famílias próximas, mas com as famílias distantes.

 As famílias distantes, que estão em outras comunidades, e territórios, tem outros bens, que são úteis a manutenção da própria comunidade, e que na mesma não há. Cada comunidade produzirá o que mais eficientemente produz, a produção ineficiente não é vendida, dando prejuízo. Visando o lucro, a produção eficiente e as vendas decorrentes dessa é preferido. O foco na produção de um bem resultará na divisão ainda mais profunda do trabalho. A comunicação e comércio entre as comunidades formam a sociedade capitalista. Se houvesse ódio entre as comunidades, cada comunidade ficaria isolada, a produção seria menor, o capitalismo não poderia ter surgido.

 Pelo amor ao próximo, a luta pela sobrevivência no mato se transforma na colaboração de milhares de pessoas pela vida uma das outras. O amor pariu a família, e a família pariu a comunidade, a comunidade pariu o capitalismo.

O surgimento do monopólio dos meios de força

 Se o ser humano fosse perfeito o amor reinará e nenhum problema haverá. O ser humano não é perfeito. Mal ou bom não é por natureza. O ser humano é um ser que age, podendo escolher ser mal ou bom, ser odioso ou amoroso. O ser humano pode optar pela agressão em vez da troca, pela exploração em vez da cooperação, da improdutividade em vez da produtividade, pelo ódio em vez do amor ao próximo.

 Na ação de agressão5, o agressor retira contra a vontade da vítima os seus bens. O agressor terá ficado com mais riqueza em detrimento da vítima, com a riqueza subtraída. Se a vítima nada produzir, nada terá para ser roubado, a vítima bens produziu. O agressor consome a riqueza da vítima, nada produz nessa ação. Vítimas são produtivos e os agressores improdutivos.

 O agressor tem meios de força, que convencem a vítima para não reagir. A ação de agressão é neutralizada e evitada se a vítima tiver meios de força para a defesa contra o agressor. Na sociedade capitalista conforme a quantidade de agressão, será a demanda, e em sequência a produção de meios de força destinados a defesa. Os agressores sozinhos perante a sociedade produtiva estão em desvantagem.

 As pessoas preferem a ordem em vez da desordem. Na desordem os agressores não são punidos por seus crimes, o crime é incentivado, aumentando a quantidade de agressão. Com a ordem os agressores são punidos, a punição é um custo a agressão, diminuindo a incidência de crimes. A justiça forma-se para julgar os possíveis agressores e seus crimes, para a manutenção da ordem. Na sociedade capitalista o ódio é punido e o amor premiado.

 O ódio há ordem e a sociedade capitalista que impede a agressão, sustentará a união dos agressores, formando as organizações criminosas. A organização criminosa, por meio da especialização do trabalho na agressão, rouba mais eficientemente a riqueza da população produtiva. A agressão dessas organizações irá gerar demanda pela defesa. Exércitos serão produzidos6.

 É dito que as agências de defesa privada tenderão a se tornar agressores, prevalecendo sobre a população, dominando-a e ditando as coisas na sociedade. Na sociedade capitalista os meios de força estão distribuídos entre as pessoas e as agências de segurança, o que impede a prevalência de uma sobre o restante. Caso uma tente será neutralizada por esses meios de força descentralizados na sociedade. A agressão dessa agência, a transforma numa organização criminosa, as outras agências a combateram, para atender as demandas pela ordem.

 Somente numa situação pode ocorrer a prevalência da agência de segurança sobre uma população. A agência de defesa privada não pode tornar-se uma agressora, a menos que tenha o monopólio dos meios de força de uma região, no entanto, essa região será pequena. Regiões grandes são compostas de pequenas regiões, nas outras pequenas regiões tem outras agências de defesa privada, onde os meios de força estão sobre a propriedade de outras agências e pessoas.

 E também não pode ser qualquer agência, tem de ser uma agência de prestígio no ramo da segurança, defesa e punição. Além disso, de alguma maneira, pelo controle da informação, e pela demagogia, mas não tão intensa, a maioria das pessoas nesse território, tem de ser convencidas para a ideologia, de que os meios de força devem estar sobre propriedade da agência. Assim forma-se o Estado7. O Estado é o monopólio dos meios de força, um grupo de agressores que prevalecem sobre a população8.

 Ninguém tem meios de força além do chefe do Estado, o poder de punição deixa de ser descentralizado, e passa a estar na mão do chefe de Estado. O chefe do Estado não vai punir a si mesmo, e nem a seus amigos, então não são punidos. Punirá todos aqueles que não seguirem suas ordens. A punição máxima é a morte, e a morte haverá para aqueles que resistirem a punição menor. A punição do não seguimento das ordens do Estado gera um custo. Visando evitar este custo, a população controlada passará a seguir os ditames do ditador. A vontade do ditador prevalece sobre a justiça, e sobre o povo.

 O financiamento do Estado depende de riquezas, por agressão nada se produz. O ditador irá retirar a riqueza necessária para as suas ações, por meio da agressão contra a população. Prevalecendo a vontade do ditador, aquele que não paga é punido. A segurança é substituída pela agressão sistemática do ditador contra a população. O único serviço de segurança existente será o da proteção do ditador contra a população.

 Organizações agressoras concorrentes vão retirar as riquezas produzidas pela população, cada teria que roubar o máximo possível, por que a outra poderia roubar primeiro, o roubo se torna ineficaz. Para a eficiência da agressão, competidores, sejam eles pequenos bandidos, ou organizações criminosas como o Estado, são eliminados pelo exército do ditador. A defesa contra a agressão, passa a ser a defesa da agressão.

A monarquia tende a autodestruição

 Da transformação de agência privada da segurança em Estado, o dono, de servo, transforma-se em rei do povo. A primeira forma de Estado é a monarquia. O ditador é um ser humano, visa o aumento da própria riqueza. O financiamento do ditador é o parasitismo sobre a produtividade, aumentar o financiamento do ditador é aumentar o parasitismo. Duas formas são possíveis para o aumento da riqueza do monarca, aumentar a agressão via impostos, ou população controlada, através de novos territórios dominados.

 O aumento da agressão é o aumento do consumo do ditador em detrimento da produção de riqueza do povo, gerando pobreza. A grande riqueza do rei em comparação a miséria do povo, e o aumento da agressão, gerará ódio na população, colocando a culpa de sua miséria no rei. A pobreza gera a insatisfação geral, a insatisfação geral a rebelião contra o rei, terminando o reinado. Aumentar a quantidade de agressão sobre uma população, na monarquia não é sustentável a longo prazo.

  O aumento de território dominado se dá em duas vias. A via da guerra ou do casamento entre as famílias reais. Sendo a propriedade do Estado atrelado ao rei, justificava não há para o povo ficar em guerra contra outro povo. A guerra entre reis se dá através dos exércitos dos reis, e não entre as populações controladas. O financiamento da guerra depende da agressão, a agressão gera pobreza e rebelião. Por ser cara, o casamento entre os filhos dos reis é preferível, ficando a guerra como última para a expansão.

 Visando o aumento da riqueza de seu reinado, os reis e descendentes vão expandir os territórios conforme o passar dos séculos. Os Estados pequenos diminuirão, os reinados serão menos, e a quantidade de Estados grandes maior. O território do monarca expandirá até o ponto em que será tão grande que o custo de administração se tornará alto demais, para uma família. A divisão do trabalho e novos funcionários é requerido para a diminuição dos custos, aumentando novamente a eficiência de produção da improdutividade.

 A divisão do trabalho no Estado, dividirá as funções, e os territórios controlados, formando uma hierarquia. Quanto mais alto na hierarquia, maior o rendimento, estando no topo o rei e sua família. Surge as províncias, cada província com um vassalo do rei e funcionários, administrando um território menor que a do rei. Cuidando da defesa da agressão, da manutenção da vontade do ditador e da agressão, de uma forma mais local. Cada província tem as cidades, cada com o vassalo do vassalo, e os funcionários, administrando o território ainda mais localmente. Esses estão com maior contato com a população, aumentando a presença do Estado na vida das pessoas.

 O órgão de administração estatal maior, ajuda e concebe apoio aos menores. Os vassalos do rei, estão mais afastados do povo, dão apoio aos vassalos dos vassalos, e recebem ordens do rei. A riqueza é retirada da população pelos vassalos dos vassalos, transferidos aos vassalos dos rei, para o rei. O rei está mais distante do povo, e próximo dos seus vassalos.

  A grande distância do rei para o povo, em uma monarquia que domina largos territórios, faz qualquer evento que aumente a pobreza desencadear uma revolução contra o rei. O reinado de um grande reino tende a não durar. Visando evitar esse problema, o rei pode dar maior autonomia aos vassalos, porém essa autonomia aumenta os meios de força dos vassalos em detrimento do rei, fazendo com que o separatismo desses vassalos, se torne facilitado.

 A outra opção é gerar por meio da demagogia a sensação de que o povo não está submetido ao rei. De que a diferença entre a propriedade do rei e a propriedade das pessoas não é tão grande. De que o povo participa nas ações do Estado assim como o rei. De que o povo é rei em parte. Isso se dá através do voto. A decisão dos eventos no Estado por parte do povo não ocorrerá de forma direta, a população poderia escolher por não haver rei, e então o rei cair. Haverá apenas a possibilidade de escolher os vassalos do rei, sem a opção de não haver rei. É a semi-democracia ou monarquia constitucional.

 A disparidade entre povo e rei ainda está presente. Os vassalos eleitos com pouco poder, não trará resultados. E dar mais poder aos vassalos é dividir o poder dos meios de força com eles, diminuindo a força do rei. É uma democracia quase total. Os vassalos eleitos podem escolher por não haver mais rei. O rei corre perigo numa democracia quase total.

 Na monarquia o rei e sua família tem cargo vitalício no Estado, são considerados pelo povo os donos. Na democracia o direito de uso do monopólio dos meios de força é distribuído entre mais pessoas, espacialmente e temporalmente. A ilusão de que o governo é do povo, e de que qualquer um pode se tornar um dos reis, é mais tentador que a ideia de se submeter a uma única família. A democracia é preferível a monarquia, pelo povo. A revolução contra o rei resulta na democracia.

 A democracia é uma ditadura

 Na democracia há o monopólio dos meios de força, por isso, há presença de ditadura na democracia, ela não é a anti-ditadura, é a ditadura democrática. O povo não passa a se tornar parte do Estado, o Estado está disponível a entrada de qualquer um que tenha habilidades políticas e demagógicas. A diferença para a monarquia, é que na democracia, o monopólio dos meios de força estão divididos entre vários ditadores eleitos, e alguns não eleitos, como os juízes supremos e generais. As pessoas que não seguirem as ordens paridas pela cúpula central dos ditadores democráticos, é punido, aqueles que dela fazem parte ainda tem o privilégio de não ser punido. A diferença para a monarquia, é que, como o poder de força está distribuído entre vários ditadores, os ditadores poderão se unir para tirar ditadores concorrentes que não gostarem do cargo no Estado.

 Também podem impedir de outras pessoas concorrentes a ditadores se elegerem, bastará tirar a licença do partido de concorrer, ou da própria pessoa. A quantidade de ditadores eleitos, e de quem será eleito está limitado ao que os ditadores democráticos escolherem e ditarem na cúpula central dos ditadores. Nesse sentido, a população não tem total poder de escolha sobre quem será ou não o ditador democrático, as eleições são apenas um circo, para criar a ilusão de que o povo está no poder, e não o ditador.

 O voto parece conter o poder de escolha, porém, além da participação na eleição ser limitada pelos próprios ditadores democráticos, conforme a regulação da eleição. O poder de voto de uma pessoa é tão pequeno que é irrelevante, são milhões de pessoas. Um voto dividido por milhões está muito mais próximo de 0 que 100{7529245626f123a0a11bf41889cb8ba690cb90c74fae02a36ee52efe2dc2d99a}. O voto de uma pessoa poderia fazer alguma diferença se pudesse dar empate, e ser decidido entre os ditadores empatadas, mas, as chances de dar empate nos milhões de votos é quase nula, então mesmo dentro dos limites impostos pelos ditadores, o voto individual também não tem o poder de decisão sobre quem será o ditador democrático.

 O voto na democracia não pode ser comparado com as escolhas consumidoras mercado, o mercado é constituído pelas trocas voluntárias entre as pessoas, as trocas dependem apenas das pessoas envolvidas nela. No voto, a escolha está restringida pelas próprias regras do Estado, não há uma concorrência de Estados, há somente um Estado prevalecente, mudará apenas o ditador democrático, a ditadura será a mesma ou parecida, independentemente do poder de escolha que o voto tiver.

 Da mesma forma é errônea a comparação do mercado com a democracia. A população não determina como será a produção, somente determina quais bens serão ou não produzidos, as etapas e a produção em si, o processo químico e físico pelo qual passam os recursos, são determinados conforme os especialistas trabalhadores e poupadores, e suas experiências. As trocas acontecem a todo instante no mercado, os consumidores estão o tempo todo buscando saciar suas necessidades por satisfação, as eleições na democracia somente cada quatro anos acontecem, demora tempo. Depois de eleito o ditador democrático só precisa fazer eleição novamente próximo do novo período eleitoral. Durante o tempo eleito desfrutará dos benefícios do Estado, independentemente das novas escolhas da população.

 A eleição cria a falsa sensação de que mudando o ditador, mudará o governo, o governo é o mesmo, é uma ditadura democrática. A ditadura democrática, por meio dessa falsa sensação de mudança a cada eleição, impede o surgimento de uma nova revolução a moda Francesa, evitando que os ditadores democráticos caiam pela rebelião violenta, assim como derrubados os reis foram.

 Em relação ao povo, o poder de punição do ditador democrático é quase ilimitado. Existe a ditadura democrática, a analisada no presente texto, e a democracia voluntária. Enquanto na ditadura democrática, há a ditadura da mentira, em que o povo é iludido, de que é o governante, quando na verdade são dominados pelos ditadores eleitos, na democracia voluntária, a pessoa escolhe uma via de ação que a maioria já faz, no entanto a escolha por seguir a maioria depende da própria pessoa, não é obrigado a agir desta maneira. Se a maioria dos médicos falam que crack pode gerar câncer, e a pessoa adota a via de ação de não fumar crack, por essa recomendação, é a democracia voluntária. Se todos os produtores de crack são obstruídos de produzir crack pelo monopólio dos meios de força, faz parte da ditadura democrática.

A tendência da ditadura democrática ao totalitarismo democrático

 Na democracia, os ditadores tem um cargo limitado no tempo, que além desse limite nenhum proveito poderá tirar. A visão do ditador democrático é de curto prazo, direcionada aos limites de seu cargo. Tem uma preferência temporal muito elevada, suas ações no Estado assim vão se suceder, e as consequências de longo prazo não serão consideradas pelo ditador9. Diferente da monarquia onde a preferência temporal do rei é baixa devido a seu reinado que continuará pelos seus descendentes.

 Uma pessoa para ser escolhido pelo povo como o seu ditador, terá de ter habilidades políticas suficientes para convencer a maioria, ou uma certa quantidade de votos suficientes, de que os outros ditadores são piores para “servir ao povo”. Os candidatos a ditadores e os ditadores eleitos não podem revelar a natureza do Estado, criam a falsa sensação a população de que sem o ditador, e sem sua ditadura democrática, o fim do mundo se instaura, o caos e a desorganização social imperam. Que a sociedade e a riqueza produzida depende dessa ditadura, e insatisfação geral resultará sem ela. A demagogia é presente no discurso dos ditadores e seus apoiadores. O próprio uso da palavra democracia para essa ditadura é demagógica.

 A demagogia além de ser usado para manter a ditadura presente, será usado nas eleições para aumentar a quantidade de votos. Para o ditador não importa o motivo do voto, mas apenas que vote, é melhor que o voto seja automático, sem qualquer motivo, pois assim não há argumentação em relação a qualidades e defeitos do ditador. O mesmo se passa com o sistema democrático, é melhor para os ditadores que não haja discussões sobre a sua eficácia, mas que seja aceita dogmaticamente a doutrina dessa ditadura.

 Ao pedir votos, tenderá a vencer aquele ditador que prometer mais satisfação a população, aquele que tiver mais habilidades demagógicas e políticas. Aquele que mentir de maneira eficiente, o suficiente, fazendo o povo cair na sua armadilha. Para o aumento do cargo na hierarquia do Estado o mesmo se dará. A arte da mentira é premiada em detrimento da arte da verdade.

 Os ditadores vão dar algumas migalhas ao povo, caso contrário a revolta popular pela troca de ditador se instaura. Porém, não será de graça, qualquer coisa que o Estado faça requer riqueza, essa é retirado a força dos produtivos, da produção capitalista. Mais riquezas estão sendo retiradas dos produtivos e transferido aos improdutivos, aumentando o custo de se tornar e continuar a ser um produtivo, e criando um lucro para tornar-se um improdutivo. Fazendo com que a quantidade de improdutivos aumente e a de produtivos diminua.

 O investimento envolvido a longo prazo estará sendo consumido pelas agressões sistemáticas aos produtivos, tornando a longo prazo a produtividade inviável e a improdutividade viável. Fará com que a poupança da sociedade diminua, e junto a produtividade e a riqueza. Com uma forçada consumação das poupanças e diminuição da produção, a visão das pessoas serão direcionadas ao curto prazo. E com uma sociedade de curta visão, as ações se sucederam em curto prazo. Não olhando as consequências de longo prazo, mais será pedido aos ditadores por mesadas, e os pais ditadores visando a eleição, e a manutenção de sua renda durante seu cargo, vão retirar do povo produtivo, e dar de volta algumas migalhas em forma de mesada, com a demagogia instaurada ainda será dito que essa riqueza da mesada não seria possível sem as chicotadas dos ditadores sobre a população.

 Outra ação que será tomada é, a completa ou parcial obstrução da produção capitalista em alguns setores da economia, como na educação e saúde, e a substituição do processo capitalista, por um sistema de mesada, de controle e agressão. Com agressão é gerado a obstrução, os produtivos que tem sua riqueza retirada pelo Estado, tem menos bens para agir, suas possibilidades de ação são obstruídas, a oferta e a produção restringida, e o atendimento às demandas consumidoras é reduzido.

 Devido a menor produtividade e a maior consumibilidade dos improdutivos, a escassez de bens é maior. Os bens a menos, deixarão de atender as necessidades por satisfação menos urgentes, somente as necessidades mais urgentes a que atendiam esses bens podem ser satisfeitas, a utilidade marginal sobre cada bem aumenta, aumentando o preço dos bens, fazendo com que os custos de produção aumente também. Os altos custos de manter investimentos a longo prazo nesses setores, levam a falência a maioria dos poupadores, sobrando no mercado, apenas os que tiverem privilégios concedidos pelos ditadores, fazendo o custo de operar no mercado diminuir. Ou aqueles que tiverem grande quantidade de poupança, o suficiente para sobreviver com prejuízo por mais tempo que os outros investidores.

 A democracia gera a monopolização das economias na mão dos ditadores de forma indireta, através de seus amigos, que visando a manutenção do seu monopólio, investem nas ideologias dos ditadores. Uma ajuda mútua lucrativa pela exploração contra a população. A concentração de riqueza vem junto a concentração dos meios de força. Com os ditadores e seus amigos mais ricos em detrimento da população, a desigualdade aumenta.

 Como toda agressão a população, tais ações serão tomadas pelo ditador com a demagogia fortemente presente. Com a desculpa de estar entregando serviços de graça para a população, de estar salvando o povo do seu suicídio, de estar impedindo a monopolização do mercado. Quando na realidade analisando a ação de agressão, se trata apenas de mais um meio, da transformação ilusória, do falso no verdadeiro, com vistas a redistribuir riqueza dos produtores para os improdutivos.

 O atendimento às necessidades da população não é o fim da ação de agressão, é somente uma promessa, um meio demagógico do ditador, que numa população de curta visão, essas promessas vão alcançar mais popularidade. Entregando algumas migalhas do que retirou dos produtivos, as massas de votantes, mantendo a renda de seu cargo no Estado, e com isso, chegar ao seu verdadeiro fim, que é o aumento de seu conforto, em detrimento do conforto da população. A obstrução aos setores da economia não chegará ao seu topo de uma só vez, isso poderia trazer insegurança do povo quanto ao ditador democrático.

 Gradualmente a obstrução aumenta, com justificativa de estar regulando, e fazendo o setor atender melhor às demandas consumidoras, implanta um sistema pequeno de mesada. Vai aumentando conforme mais votos e popularidade serem demandados pelos ditadores, até chegar o controle total por parte do ditador sobre os serviços, e em consequência sobre a população10.

 É expandido o sistema de mesadas, o povo aos poucos vão lucrar com as mesadas. Mas somente no curto prazo, no futuro serão pagas por elas mesmas. Com a justificativa demagógica de financiar o sistema de mesadas, os ditadores democráticos aumentam a agressão contra o povo. Parecido com o caçador e a caça. O animal cai numa armadilha do caçador, ficando enjaulado, e sem a comida.

 Com o controle da saúde, o ditador pode determinar qual paciente será ou não atendido, qual poderá adquirir ou não os remédios, qual terá ou não um leito, quem pode ou não receber a vacina contra um vírus. Com a saúde controlada determina quem vive e quem não vive. E tudo isso será diretamente ditado através do órgão central da saúde, impondo as regras de acordo com a vontade dos ditadores democráticos. Os hospitais e agências de saúde privada, que não seguirem as ordens ditadas pelos ditadores através deste órgão, vão perder a licença de poder fornecer serviços de saúde.

 Também perderá a licença aqueles que não forem amigos ou que forem contrários as ideias do ditador. Em uma ditadura democrática, a saúde da população, mesmo que seja privada, será controlada pelos ditadores através desse órgão estatal. Qual o incentivo do ditador democrático dar a vida a quem está na beira da morte não sendo um de seus amigos, ou parceiro ideológico? Nenhum, pois sua ditadura se mantém pela exploração e não pela contribuição ao próximo através da produção.

 O mesmo se dá com todos os outros serviços. Na educação, o ditador poderá ditar o que a população deve e não deve aprender, as instituições privadas, incluindo faculdades, também estarão sobre a mesma situação, controladas pelo órgão central da educação. Se o ditador pode ditar o que será ou não ensinado aos alunos, por consequência não ensinará que os ditadores são ruins, não vão falar mal de si mesmos. Ensinará que o chicote do ditador é necessário a civilização, a produção, para não levar ao caos. Porém, não é necessário doutrinação, para prevalecer a doutrina do ditador, basta todas as vozes contrárias a doutrina do ditador, serem caladas, ou distorcidas no processo de ensino.

 Nessa ditadura a educação tende a se tornar obrigatória, não apenas para a ideia, de que o ditador é bom, percorrer na sociedade. O interesse para qualquer ação é a satisfação de alcançar o seu fim, se alguém é obrigado fazer algo contrário a busca de seus fins, em insatisfação ficará, se tratando da educação obrigatória, as pessoas vão linkar sua insatisfação com a ação de estudar, gerando desinteresse no estudo. A ação de estudar se trata de tentar compreender as ideias dos pensadores e intelectuais presentes e passados. Estudar é uma ação que envolve muito esforço e muito tempo até trazer algum retorno financeiro e espiritual, o que requer para o estudante uma preferência baixa o suficiente para visar fins a mais longo do que curto prazo¹¹. Com a visão de curto prazo prevalecente na democracia, e a insatisfação gerada pela educação obrigatória, menos vão estudar. A maioria não irá aprender, e aqueles que aprender, vão aprender dentro dos limites da mente do ditador, gerando um processo de imbecilização¹².

 As pessoas vivendo de um prazer a outro, sem o hábito do trabalho intelectual, menos intelectuais vão surgir nessa sociedade. Com menos intelectuais, a produção e variedade de ideias diminuirá. Sendo a variedade de idéias menor, menos ideias concorrerão com as ideias do ditador. E com menos intelectuais, com tendência para nenhum, resultará na única idéia do ditador democrático ser a prevalecente na sociedade. Charlatões, limitados espiritualmente ao dogma da ditadura democrática, censurando qualquer ideia contrária aos limites do seu dogma de si mesmo e dos outros, e da mesma ditadura propagandistas no trabalho de emburrecimento da sociedade, serão considerados pelo povo deseducado os verdadeiros intelectuais. Esses militantes pelo emburrecimento, são financiados através da improdutividade, e mantém no futuro as ideias da ditadura democrática prevalecente, são também ditadores democráticos.

 Menos as pessoas perceberão a realidade que estão em volta delas, deixando um vazio. Os sentimentos insatisfatórios junto com o vazio podem ser cooptados pelos ditadores para o prosseguimento da sua agenda política. Com menos trabalho intelectual, com menos percepção da realidade e um processo de imbecilização, o progresso da ciência e da filosofia irá diminuir ou até retroceder.

 A educação obrigatória da democracia resulta na deseducação. A deseducação democrática resulta na formação de completos imbecis e de imbecis em idiotas, que estando desconexos da realidade com um vazio a ser preenchido, pode ser substituída pela abstração de acordo com os ditames dos ditadores. Com a deseducação a mente de toda a população poderá ser moldado pelo ditador democrático. Porém a formação a deseducação e a submissão ao ditador democrático é somente um meio e não um fim em si mesmo. É um meio para a expansão das agressões estatais. As agressões estatais vão ser justificadas demagogicamente através de outros serviços controlados pela ditadura democrática.

 Os meios de comunicação as massas são serviços essenciais para serem controlados pelo ditador, por eles são transmitidas as informações as massas. Com a deseducação, as pessoas não conseguindo compreender a realidade se satisfará com informações superficiais. A mídia na ditadura democrática tende a crescer muito mais, se não houvesse o processo de deseducação. Visando o controle da informação, são criados órgãos de mídia, pelos quais o ditador vai ditar o que será ou não falado, o que será ou não informado, o que será mentido e omitido.

 Nenhuma informação negativa as ações do ditador será tolerável, a agência de comunicação as massas perderá sua licença. Com um povo deseducado, as informações superficiais e distorcidas pelos ditadores democráticos, ditadas através do órgão estatal da mídia, tenderá a ser prevalecente. As maiores fake news serão consideradas true news.

 Nenhuma ideia contrária é permitida, a não ser dentro dos limites da ditadura democrática. Porém, essa censura será feita de outra maneira no início, a população pode perceber que não está num regime de liberdade se os jornalistas e pessoas com idéias diferentes publicarem algo contrário aos ditadores democráticos, e serem censurados diretamente, como riscar ou apagar do jornal os textos. A censura ocorrerá por meio de processos, por meio do aumento de custos ao transmitir ideias contrárias, obstruindo a transmissão dessa ideia. Conforme o controle dos ditadores democráticos sobre a mídia, e os outros setores da sociedade, gradualmente a censura irá aumentar, até chegar no estágio mais totalitário da democracia, em que pessoas são mortas por terem ideias contrárias da ditadura democrática, e aos ditadores democráticos.

 Por causa do processo de deseducação, na democracia, onde parecer que há discordância de idéias, os lados opostos estarão defendendo a mesma ideologia e visão de mundo, a ditadura democrática, que é também a ideologia do ditador. Até anarquistas defendem o fim do Estado por meio da intensificação da ditadura democrática, do Estado. Os lados opostos estarão defendendo o regime democrático, estarão defendendo o mesmo tipo de governo, as soluções apresentadas são por uma mudança de ditador e não de tipo de governo, a única discordância é em relação a quem deveria ser o ditador. As ideias transmitidas na sociedade as massas, numa democracia tendem a ser controladas pelo ditador, e assim se sucederá as discussões. Mesmo que não percebam, direita e esquerda estão unidas pelo mesmo ideal, pela ditadura democrática e sua tendência ao totalitarismo.

 A única forma de aumentar o território do Estado democrático, e o povo explorado será a guerra, não tem opção de casar as famílias reais. As guerras poderão ser justificadas pelos meios de comunicação as massas, mas com base na doutrina de que o povo é o Estado. As guerras na democracia tendem a ser a guerra das massas contra as massas. E como há uma quantidade de soldados maior comparado as guerras monarcas, a utilidade marginal ou a importância dada aos soldados excedentes será menor, e por consequência, a morte deles não será tão importante nas guerras, haverá um gasto maior de vidas. Nesse sentido, as guerras na democracia são mais sanguinárias que no sistema monárquico. As guerras na democracia são genocídios em massa.

 A punição e a segurança são custos ao crime, mas que somente são sentidos depois desse crime. Para cometer um crime ou uma agressão o criminoso tem de ter uma preferência temporal alta o suficiente para não medir as consequências negativas da sua ação, a longo prazo. E como numa democracia a insegurança e uma visão de curto prazo está presente em grande intensidade, os crimes em geral tendem a aumentar. A democracia tende a gerar genocídios, sobre a justificativa da paz.

 Além de ter a comunicação as massas centralizados em sua mão, os ditadores, para a justificativa de atos de agressão e controle mais severos, a população não pode estar com meios de força pessoais, são uma resistência a continuação da tendência ao totalitarismo democrático. As pessoas, diante de tais medidas poderiam rebelar-se. O Estado é o monopólio dos meios de força, quanto mais distribuídos são os meios de força, maior tende ser a neutralidade das agressões contra a população, menor é então o poder coercitivo sobre a população, e pior é para os ditadores a limitação da sua agressão.

 Os ditadores vão transmitir a fake news de que as pessoas não precisam de armas, de que armas matam, de que usar armas para defender-se e defender os outros é ódio, e por isso somente os capangas dos ditadores podem ter armas. Serão aplicadas ações para a limpa de qualquer meio de força que houver sobre o controle da população, diminuindo a resistência contra a opressão, aumentando ainda mais o monopólio dos meios de força já existente, e facilitando o controle sobre a população.

 Um genocídio, uma censura através da morte, uma guerra, o controle e a agressão, só são possíveis se a população não tiver meios de força para defender-se dos ditadores democráticos. Da completa descentralização, ao monopólio dos meios de força, da liberdade a ditadura democrática, tendendo para o totalitarismo. Enquanto a população não puder andar com seus tanques de guerra nas ruas privadas, haverá ditadura. Se houvesse como quantificar a liberdade, esse se daria pela quantidade de meios de forças distribuídas pela sociedade. E o resultado dessa quantificação seria, a liberdade está tendendo a zero.  

 A conservação da família na ditadura democrática é sua destruição

  A tradição evolui conforme o tempo de acordo com as experiências humanas. Outro fator determinante é as pessoas tendo uma redução das preferências temporais, conseguindo vencer problemas mais grandes. Na ditadura democrática com o aumento da preferência temporal, o inverso acontece, não são resolvidos problemas, por que não se tem uma preferência temporal baixa o suficiente para a valorização por parte das pessoas dos fins alcançados depois da resolução desses problemas. A cultura vira a cultura das satisfações de curto prazo, a linguagem, as artes a intelectualidade, a literatura, tudo irá ao retrocesso. E a tradição decai.

 Para a formação das famílias é requerido uma preferência temporal baixa o suficiente por parte das pessoas, para valorar fins além da sua própria vivência, na vida de seus descendentes, na satisfação daqui a décadas do que a satisfação do agora. Como numa ditadura democrática a satisfação presente é intensificada, os puteiros vão lucrar, e as famílias acabar.

 Os ditadores justificam suas agressões através do caos, e quanto mais sensação de caos houver, mais o lucro da improdutividade. O que impede a sensação do caos é a união, são as instituições formadas pelo amor ao próximo, a família, a igreja, a comunidade e instituições de caridade. Alem das armas, as instituições do amor são barreiras para a expansão da ditadura democrática. Essas instituições vencem os problemas pela cooperação dos membros.

 Os ditadores, então vão fazer agressões, através do sistema de mesadas, para o incentivo da destruição das instituições de união, substituindo a união pela separação, para em seguida propor a ilusão de união por meio do controle do ditador sobre a população. A desunião das instituições menores, que surgem de forma voluntária, será premiado. Isso acontece porque, além da alta preferência temporal que tende a destruir essas instituições de longo prazo, as pessoas terão a sensação de que o Estado e os ditadores democráticos são babás, que ajudam a população, e por consequência, não é tão necessário às instituições do amor. A transformação ilusória do falso no verdadeiro, que há na democracia, fará as pessoas ver o amor no ódio das agressões dos ditadores democráticos, e não enxergar mais o amor existente nas instituições voluntárias, que então perderão a utilidade.

  A criação da ilusória guerra eterna entre homens e mulheres se tornará presente através das fake news do ditador, mais agressões são justificadas, aumentando ainda mais a preferência temporal das pessoas aumentando a destruição das famílias. O mesmo se dará com igrejas, onde se cria a guerra ilusória entre padres, pastores e fiéis. Com comunidades, onde se cria a guerra ilusória entre as raças, ou entre os povos.

 A destruição constante da produtividade, a visão de curto prazo junto ao sistema de mesadas, farão as famílias se tornarem instáveis. A formação da família se dará pela gravidez indesejada, pela satisfação de curto prazo, e não pelo amor. A separação e a briga é incentivada, a desunião cresce em detrimento da união. Com menos riqueza, a mulher que antes cuidava da casa e dos filhos terá de trabalhar como o homem para pagar o custo da ditadura democrática. Com os preços dos bens de consumo aumentando devido a restrição da oferta, mais caro torna-se ter filhos. A população tende a decair.

 Os avós recebendo do sistema de mesadas, e os filhos trabalhando quase o tempo todo, menos incentivos têm de ficar morando com os filhos, as famílias estendidas acabarão. As crianças não poderão ficar sozinhos, e agressões de deseducação obrigatória serão implantadas pelos ditadores. As crianças deixarão de ser educadas pelos pais e avós para serem educados pelos ditadores democráticos. O processo de deseducação é fortalecido.

 A ditadura democrática tende a destruir as instituições do amor, substituindo-as pelas mesadas do ditador. Não será poupado e investido, por que é mais lucrativo receber mesadas. Pessoas que vivem de uma satisfação a outra não poupam. A exploração sobre a população fará a riqueza se acumular nos ditadores e em seus amigos. A preferência temporal do ditador é de curto prazo nas ações do Estado. Mas os amigos do ditador tem uma longa visão. Isso se deve por que com o monopólio dos mercados sobre a propriedade dos amigos dos ditadores democráticos, a riqueza desses tende a aumentar muito mais, diminuindo em sequência a preferência temporal dos mesmos. O financiamento dos amigos dos ditadores dependem da ditadura democrática, a ideologia desses tenderá a ser a favor dessa ditadura.

 Com uma visão de longo prazo, o amigo do ditador manterá sua família, mas, visando a manutenção de seu monopólio, destruirá a família dos outros. Isso se dá através do financiamento de ideologias anti-família, com a ideologia anti-família presente, ou pelo menos as bases dela, a desunião ocorre. A preferência temporal das pessoas, através da família é diminuída em certo grau, por causa da luta pela vida dos descendentes. Se não há família, a preferência temporal da população aumenta, diminuindo a poupança por parte das pessoas, e com isso a diminuição dos investimentos na produção, diminuindo a concorrência do amigo do ditador. A democracia tende a abolição das famílias, igrejas e comunidades, para todos terminarem de depender das instituições voluntárias e passarem a ser escravos dos ditadores democráticos, até mesmo no pouco capitalismo que existir.

 Com o amor sendo destruído, o capitalismo não é destruído por completo, por que a completa destruição do capitalismo, implicaria o fim da produção e acabaria com a fonte de parasitagem dos ditadores. No entanto, o pouco de capitalismo que há, é transformado num inferno por meio da ditadura democrática.

 Outra possibilidade das ações do ditador, é que agressões sejam justificadas com a desculpa de estar fortalecendo as instituições do amor, de estar fortalecendo a tradição. Essa demagogia surge no momento que os ditadores percebendo a insatisfação na população, que pode surgir com a ideologia anti-família, anti-tradição, visando o seu lucro no Estado, vai prometer o combate a essas idéias. Mas como a agressão democrática tende a gerar visões de curto prazo, e em sequência a destruição da tradição, e da família, o resultado será o total oposto. Não é possível defender a tradição e a ditadura democrática, ou defender a tradição por meio da democracia. A defesa da democracia é em consequência de seus resultados a defesa da destruição das instituições voluntárias, da cultura, das artes, da intelectualidade, da tradição em geral. É a defesa da destruição da civilização, mesmo que não se perceba.

A democracia tende ao seu colapso

 É dito que os serviços controlados pelo ditador servem para a regulação, e para o melhor atendimento às demandas consumidoras. Isso é impossível, por que, mesmo supondo que o ditador seja bom, e ame o povo, seu financiamento depende das agressões contra a população, e não das escolhas consumidoras. No capitalismo, a regulação ocorre pelos próprios consumidores que escolhem o tempo todo os serviços que melhor atenda suas necessidades por satisfação, e o processo de produção todo coordenado pelo cálculo econômico, que só é possível pelo mercado, pelo sistema de preços, pelo lucro e prejuízo. O ditador não está submetido ao mercado, as escolhas consumidoras. Os consumidores não tem a opção de escolha entre X ou Y serviço entre o Estado A e B, pois somente existe um Estado, e esse fornecerá aquele serviço que os ditadores fornecerem, segundo a vontade deles.

 O financiamento dos ditadores democráticos não depende da sua contribuição a produtividade da sociedade e nem da ajuda dos outros, mas somente da agressão em massa a população, a experiência ganha será para a demagogia e agressão contra a população. Sem o sistema de preços, não há como saber quais são as demandas consumidoras, o que é mais importante as pessoas, e sem saber isso o ditador bom não poderá alocar os investimentos de maneira a melhor atender essas necessidades. Todo investimento estatal resulta num desperdício e consumo de riquezas, que gera uma diminuição de riqueza, gerando o não atendimento por parte do ditador bom as demandas da população dominada¹³.

 Então, mesmo que o ditador ame a população, numa democracia a deseducação se torna a educação, a morte se torna saúde, o consenso do ditador se torna o debate de idéias, a censura se torna a liberdade de expressão, a insegurança se torna a segurança, a agressão se torna a contribuição, a escravidão se torna a liberdade, o amor se torna o ódio, a justiça se torna a injustiça, a guerra se torna a paz, a destruição da tradição se torna sua defesa, a incultura se torna a cultura, o idiota se torna o sábio, o mal se torna o bom. A demagogia e a ineficiência da democracia, gera a abstração de que o falso é o verdadeiro. Nesse sentido a ditadura democrática é o mais podre que há na humanidade, pois levando ao falso, o falso levará a ações mal sucedidas, o falso em massa prevalecente na democracia então levará a autodestruição.

 Com as fake news dos ditadores, propagadas na sociedade, as ações de agressão são justificadas, e assim aumenta-se a improdutividade e diminui a produção. O controle totalitário sobre a população não é um fim em si mesmo, mas o meio para a agressão. E conforme maior a agressão maior tenderá a ser a visão de curto prazo, e por consequência a ditadura democrática é um sistema que se retroalimenta.

 A tendência da democracia é para que cada vez se tenha maior quantidade de improdutivos e menos produtivos, que o consumo parasitário dos improdutivos sobre os produtivos se torne maior do que a produção, e quando isso se suceder, vai chegar o momento que todo o investimento foi consumido, a produção paralisada por falta de investimento, e a insatisfação geral tomando conta, provocará revoltas populares. Populações com visão de curto prazo em revolta resultará em soluções de curta visão, chegando ao estágio mais alto da ditadura democrática.

 A democracia tende ao socialismo

  Socialismo definido aqui como agressão total a propriedade privada, ou distribuição completa da produtividade aos improdutivos. A democracia por tender a redistribuição de renda dos produtores para os improdutivos, tende ao socialismo. O socialismo é o total oposto ao capitalismo, enquanto o capitalismo é constituído pela cooperação de milhares de pessoas buscando fins diferentes, pelo amor ao próximo. O Socialismo é a cooperação de algumas pessoas para a exploração total dos produtivos, se constituindo pelo ódio ao próximo.

 Enquanto o capitalismo tem por base o amor ao próximo, visar o próprio lucro por meio da satisfação ao próximo. O socialismo tem por base o ódio, visar o lucro próprio por meio da insatisfação ao próximo. A ação de agressão se constituiu ao ódio ao próximo. A agressão sistemática a propriedade privada, ou a redistribuição forçada de toda a riqueza, produzida pelos produtivos aos improdutivos constitui o socialismo, o sistema do ódio ao próximo.

 O ódio surge da inveja, a inveja é sempre inveja de alguém sobre o que tem o próximo. É a inveja do fracassado sobre a pessoa de sucesso. Numa democracia, por causa da visão de curto prazo, as satisfações de curto prazo são mais valorizadas do que as de longo, a inveja e sua satisfação de curto prazo com a insatisfação das pessoas de sucesso, se intensificam. E como a democracia tende a maior agressão sobre a população, gerando pobreza, o fracasso se torna mais presente e em consequência a inveja. No capitalismo a inveja é suprimida pela distribuição do sucesso, através do lucro obtido ao produzir ao próximo, ao custo diminutivo que há na produção e na venda dessa produção.

 O sistema de mesada financia o ódio, na medida que o financiamento desse sistema depende do sucesso dos produtivos, financiando o fracasso dos improdutivos. Os improdutivos são inimigos dos produtivos, junto a ideologia pró ditadura democrática transmitida as massas pelas agência de mídia controlada pelos ditadores, o ódio aos produtivos reinará. Com isso, a democracia tende a intensificar a ideologia do socialismo e tende ir ao socialismo.

 Por causa da impossibilidade do cálculo econômico sobre as operações estatais que não está submetida ao sistema de preços, nunca chegará ao socialismo, no estatismo total. A democracia sempre tenderá ao socialismo, mas nunca chegando lá, a um passo antes ficará, ainda continuando numa democracia, não apenas ditatorial, e sim totalitária. Na democracia totalitária tudo é controlado pelos ditadores.

 Há certo nível de capitalismo, porém toda a vida é controlada pelos ditadores, e esse certo capitalismo, vai estar nas mãos dos amigos dos ditadores. A população de uma satisfação a outra, não investirá, terá de submeter-se as migalhas dadas pelos ditadores. Controlados pelo ditador, apenas uma opção haverá, a de trabalhar na fábrica do amigo do ditador, não poderá abrir sua própria fábrica por que não têm poupança, a acumulação da poupança é proibida pela visão de curto prazo gerada pelas agressões estatais. O sistema de controle da China ainda é uma grande fonte de liberdade comparado ao estágio superior que a democracia tende.

 Instituições voluntária como a família abolidas estarão, requerem uma visão de longo prazo da pessoa. Na família o suficiente para preferir não viver de um prazer ao outro, e sim trabalhar para construir e sustentar a sua família, até morrer, passando os benefícios da sua ação além do seu tempo de vida, quando seus descendentes também construir suas famílias.  A morte dessas instituições tende a se dar pela visão de curto prazo gerada pela democracia, mas principalmente ao ódio e a inveja daqueles que não tendo por natureza algumas qualidades sentem inveja das pessoas que as tenham, com o vazio gerado pela deseducação, são usados de idiotas úteis pelos ditadores democráticos para a justificativa de mais agressões, que premiam a destruição dessas instituições.

 O socialismo somente se propaga como ideologia na sociedade por causa da democracia, nesse sentido, mesmo que não se saiba que o resultado da democracia é a tendência ao socialismo, a defesa da democracia é a defesa do socialismo. Democracia e socialismo são os sistemas do ódio por excelência, pois, premia a não cooperação e a parasitagem sobre o próximo, deixando o próximo em situação mais insatisfatória, o total contrário do amor ao próximo. Não apenas isso, mas a democracia tendendo ao totalitarismo e ao socialismo, demonstra ainda mais a essência do ódio, pois deixará o próximo e também a si mesmo, em total controle dos ditadores, e pobres, mais insatisfeitos. Com isso o ódio é um ódio a si mesmo. O ódio leva a agressão, que leva ao Estado, que leva a monarquia, levando a democracia, tendendo ao socialismo, mas culminando no totalitarismo democrático.

O capitalismo cria meios de liberdade

 O capitalismo nunca deixará de existir, sem capitalismo não há produção, porém o capitalismo com a democracia tende a diminuir e o socialismo aumentar. O capitalismo total é a total liberdade, o socialismo o total controle. Entre esses opostos, mais próximo ao capitalismo total, está a monarquia que há certo grau de agressão e controle, mas são muito pequenos, o nível de capitalismo é alto. Mais próximo do socialismo, está a democracia, que há grande controle e agressão, mas não total obstrução ao capitalismo.

 O mais próximo que alguma sociedade já chegou ao socialismo total, são as democracia totalitárias, moda Cubana, moda Norte Coreia, e moda Chinesa. São democracias por que, há a presença da agressão justificada por meio da demagogia. Nessas sociedades as pessoas ainda pensam que escolhem o ditador, e também pensam que são parte do Estado¹⁴. O Estado está aberto a entrada de qualquer um que tenha habilidades políticas e demagógicas. São Estados aos quais os outros Estados não gostam e chamam-no de ditadura. Tudo que não gostem é ditadura e de democracia o que gostarem, até por que é a democracia e a demagogia que os financia. A única diferença entre essas democracias para as democracias consideradas ditaduras socialistas, é que na segunda a democracia já chegou ao estágio da ditadura totalitária democrática, na primeira ainda está sendo percorrido o caminho para o totalitarismo. Essas democracias totalitárias prematuras são um esboço do que tende a democracia. Toda democracia tende a ser uma Cuba. E até mesmo nessas democracias totalitárias, odiadas por outros ditadores, há em certo grau a presença de capitalismo, mesmo que seja através do mercado negro.

 A tendência da ditadura democrática ao socialismo pode ser diminuída ou até combatida, através da informação descentralizada, possibilitada pela internet, o que possibilita alguém descobrir por exemplo, que existe essa tendência ao totalitarismo da democracia e então fazer algo para tentar modificar tal tendência. As informações descentralizadas passam pela sociedade, informações descobertas e repassadas por milhares de pessoas, dando a possibilidade de outras pessoas falarem além do ditador.

 O que explica, o por que da possibilidade de haver uma tendência a liberdade. No entanto, se a internet passar ao controle dos ditadores democráticos, através das agressões e obstruções a internet, a tendência de liberdade será diminuída. Uma gripe pode ser transformada em pandemia por fake news15, e comprometer a liberdade na internet. E como a tendência da democracia é para a obstrução dos meios de informação as massas, para o controle da informação que percorre na sociedade, se a tendência a liberdade não for suficiente para a derrubada da ditadura democrática, com a internet passando a ser um veículo de transmissão dos ditadores, a tendência ao totalitarismo retornará com mais firmeza.

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REFERÊNCIAS

1 – “ação humana e seu axioma” – Universidade libertária, disponível em: https://www.universidadelibertaria.com.br/a-acao-humana-e-seu-axioma/amp/

MISES, Ludwig Von. Ação humana. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2010.

2 – SOTO, Jesús Huerta de. Moeda Crédito Bancário e Ciclos Econômicos. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2012. Capítulo 5.

3 – MISES, Ludwig Von. Ação humana. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2010. 221 p.

MISES, Ludwig Von. Teoria e História: Uma Interpretação da Evolução Social e Econômica. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2014.

4 – CARVALHO, Olavo de. Como se Tornar um Leitor Inteligente. COF.

5 – HOPPE, Hans Hermann, uma teoria do socialismo e do capitalismo. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2013.

 ROTHBARD, Murray N. Governo e Mercado: a economia da intervenção estatal. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil,

6 – MOLINARI, Gustave de. da Produção de Segurança. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2014.

7 – HOPPE, Hans Hermann. O que Deve Ser Feito. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2013. 11 p.

8 – ROTHBARD, Murray N. Anatomia do Estado. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2012.

9 – HOPPE, Hans Hermann. Democracia, o Deus que Falhou. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2014.

10 – HAYEK, Friedrich A. O Caminho da Servidão. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2010.

11 – SERTILLANGES, A Vida Intelectual: seu espírito, suas condições seus métodos. São Paulo. É Realizações Editora. 2016.

12 – CARVALHO, Olavo de. O Imbecil Coletivo. Faculdade da Cidade. 1998.

13 – MISES, Ludwig Von. O cálculo econômico sobre o socialismo. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2012.

SOTO, Jesús Huerta de. Socialismo, Cálculo Econômico e Função Empresarial. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2013.

HOPPE, Hans Hermann, uma teoria do socialismo e do capitalismo. São Paulo. Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2013.

14 – LACERDA, Felipe. Sobreviver Calado. Universo Paralelo. 2010. Disponível em:

15 – A pandemia do covid-19 é uma grande fake news criada pelos ditadores democráticos, para justificar controle e agressão, o falso tende a se tornar de forma ilusória no verdadeiro. A quantidade de mortos reais não corresponde a de mortos expostas nas informações dos ditadores. Por exemplo, a previsão no Brasil era para 5 mil mortos até 6 de abril, não passou dos 600a, por que o vírus mata pouco do que é dito que mata, e justamente é dito que mata mais, por que, os ditadores precisam justificar suas agressões. E mesmo que o número de mortes aumente, a tendência é que seja colocado esse número por demagogia, o número real de mortos será muito menor do que o número colocado na mídia, controlada pelos ditadores democráticos. Essa falsificação poderá se dar por exemplo, falsificando a causa real da morte. 500 mortes, numa população de 200 milhões, não é uma pandemia, nem 5 mil.

https://www.oantagonista.com/brasil/novo-coronavirus-12-056-casos-confirmados-e-553-mortes-no-brasil/
https://istoe.com.br/abin-projeta-55-mil-mortes-no-brasil-por-coronavirus-diz-site/

Um comentário

  1. Lucas jacome

    vai ler james buchanan( nohel de economia )a democracia serve justamenre para abaixar o estado
    mas se vai acabar com democracia o que propoe ?
    demarquia ?

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