Abolicionistas radicais importantes

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John Brown e William Lloyd Garrison, dois abolicionistas que desempenharam papéis importantes na luta contra a escravidão nos Estados Unidos. Jhon Brown (1800-1859) Foi um líder e abolicionista radical, que dedicou toda sua vida a luta contra escravidão. Religioso ferrenho, Brown seguia o calvinismo — o mesmo via o calvinismo como uma missão divina a abolição. Foi notado a nível nacional com sua participação no conflito conhecido como “Kansas Sangrento” — conflito que durou de 1855 a 1858 —, tanto Jhon quantos seus seguidores tiveram diversas participações durante esse tempo, incluindo batalhas militares diretas.

Em uma das operações libertaram 11 escravos. No mesmo contexto ocorreu o “Massacre de Pottawatomie”, onde 5 homens foram retirados de suas casas e golpeados com espadas até a morte; eles não eram proprietários de escravos diretos mas atuavam em atividades de escravismo. Em 1857, Bronw, na Inglaterra, se encontrou com abolicionistas para arrecadar dinheiro, também foi nesse contexto que o grupo “Segredo Seis” surgiu. Jhon elaborava uma constituição destinada a organizar suas forças militares, um contrato social com seus aliados.

No dia 16 de Outubro de 1859, Jhon Brown junto a 18 homens foram a Harper´s Ferry, Vírginia. Lá roubou o arsenal federal com a intenção de usá-lo para armar escravos e liderá-los em campanha insurrecionista. Mas por causa da demora dos escravos e de brancos antiescravistas em apoiar sua ação, o mesmo acabou por demorar e perder vantagem com a milícia local e mais tarde para tropas americanas. Brown foi capturado e, além disso, seus aliados — mais da metade deles — e seus dois filhos foram mortos.

Lysander Spooner, que teve a autoria do seu escrito “Um plano para a Abolição da Escravidão” atribuído a Bronw, tentou organizar uma conspiração para salva-lo, mas fracassou e o próprio Brown preferiu o mártir, sendo enforcado no dia 2 de dezembro de 1859. A morte de Brown causou pavor em proprietários de escravos e coragem nos abolicionistas e tal tensão termina culminando na Guerra Civil americana. Uma música intitulada “Jhon Bronw´s Body” se tornou famosa durante a guerra, tornando-se para alguns um hino.

William Lloyd Garrison. Nosso segundo abolicionista radical de hoje é William Lloyd Garrison. Presente na década de 1830, Garrison exigiu a emancipação imediata de todos os escravos. Parte disso vinha do sentimento de traição sobre as promessas de que todas as formas de escravidão humana desapareceriam. Se opôs a compensações com os proprietários de escravos e exigiu direitos políticos para negros tanto no sul quanto no norte do país. Seu primeiro ato notável no ativismo foi sua prisão por difamação ao acusar um comerciante que enviava escravos de “ladrão e assassino”. Em 1831 criou um jornal semanal chamado “Liberator”. Em seu jornal admitiu que levaria tempo para eliminação da escravidão, por mais que sua urgência moral e ética sobre gritasse e fosse implacável

Para isso adotou como estratégia a condenação moral e a persuasão moral. Tentou envergonhar (famoso boicote) proprietários de escravos, tanto que em 1842 o mesmo denunciou a Constituição dos EUA e queimou uma cópia da mesma na celebração de 4 de Julho. Ele criou um slogan que preencheu o Liberator por anos: “Não há união com senhores de escravos”, um ótimo exemplo de boicote e ostracismo posto em prática e se mostrando praticável para aqueles que acham improvável ou que é algo a ser aplicável “apenas na teoria”.

Apesar de vasta oposição ao jornal Liberator, que ia de líderes a uma multidão que tentava linchar o editor, o jornal continuou interrupto. Anos após a criação do jornal, a aprovação da 13ª emenda ocorreria, abolindo a escravidão. Garrison auxiliou na criação do Anti Slaery Society, em seu jornal também expressou a defesa pelo direito das mulheres que estava ligada diretamente aos movimentos e debates abolicionistas. O abolicionismo foi defendido por Garrison através de justificativas de cunho liberal clássico, como quando denuncia a escravidão como uma violação da autopropriedade.

Durante a guerra civil americana a ideia de livrar o país da escravidão levou Garrison a comprometer alguns de seus princípios ao apoiar Abraham Lincoln e o esforço de guerra da União. Sem o esforço ferrenho de levantar e instigar debates através de sua fala, nenhum movimento teria força de fato, seus fundamentos foram precisos para época e contexto.

Autor: ~ Mage (Libertarianismo 2.0) Thread Original: https://twitter.com/LiberdadeVive/status/1211693353332563968

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