Quem foi Gustave de Molinari?
De todos os principais economistas libertários franceses de meados e do final do século XIX, o mais incomum foi o belga Gustave de Molinari (1819-1912). Nascido em Liège, filho de uma médica belga e de um barão que fora oficial do exército napoleônico, Molinari passou a maior parte de sua vida na França, onde se tornou um prolífico e infatigável autor e editor no apoio ao longo da vida pelo puro laissez-faire, paz internacional, e em oposição determinada e intransigente a todas as formas de estatismo, controle governamental e militarismo. Em contraste com o utilitarismo soft-core britânico nas políticas públicas, Molinari foi um defensor inflexível da liberdade e da lei natural. Chegando a Paris, o centro cultural e político do mundo francófono, aos 21 anos em 1840, Molinari ingressou na Societe d’Economie Politique em sua criação em 1842 e tornou-se secretário da associação de Bastiat pelo livre comércio quando foi formada em Paris em 1846. Ele logo se tornou um dos editores do periódico da associação, Libre-Échange.
Molinari rapidamente começou a publicar amplamente na imprensa de livre mercado em Paris, tornando-se editor do Journal des Economistes em 1847. Ele publicou seu primeiro de muitos livros em 1846, Etudes Economiques: sur l’Organisation de la Liberté industrielle et I’abolition de I’esclavage (Estudos Econômicos: sobre a Organização da Liberdade e a Abolição da Escravidão). O jovem Molinari, entretanto, atingiu a Societe d’Economie Politique, de orientação laissez-faire, como um trovão em 1849, com sua obra mais famosa e original. Ele entregou um artigo expondo, pela primeira vez na história, um laissez-faire puro e consistente, a ponto de exigir a livre e descompromissada concorrência naquilo que geralmente é chamado de serviços exclusivamente “públicos”: em particular, a esfera de proteção policial e judicial da pessoa e da propriedade privada.
Se a livre concorrência é melhor e mais eficiente no fornecimento de todos os outros bens e serviços, raciocinou Molinari, por que não para este último bastião, a proteção policial e judicial? Uma visão que mais de um século depois viria a ser chamada de “anarco-capitalismo”. Molinari expôs sua opinião pela primeira vez no Journal des Economistes, o periódico da Societé, em fevereiro de 1849. Esse artigo foi rapidamente expandido para a forma de livro, Les Soirees de la Rue Saint-Lazare, uma série de diálogos ficcionais entre três protagonistas: o conservador (defensor de altas tarifas e privilégio de monopólio estatal); o socialista; e o economista (claramente ele mesmo). O último, ou décimo primeiro, Soirée elaborou mais sobre como seu conceito de serviços de proteção do livre mercado poderia funcionar na prática.
Leia o artigo completo aqui: Gustave de Molinari, primeiro anarcocapitalista
NASCIMENTO
03/03/1819, Liège
MORTE
28/01/1912, De Panne