Porque devemos ocultar o máximo de informações do Estado?
“Uma informação secreta faz parte do que somos e que nos recusamos a compartilhar com outras pessoas.” — Zygmunt Bauman
Com o Estado na jogada, perdemos significativamente o poder de sigilo, que é uma proteção contra a divulgação não autorizada de informações, que estabelece, demarca e fortalece as fronteiras da privacidade; como poderemos dizer “este é o espaço que quero preservar como domínio meu, o território de minha única e indivisível soberania” se dentro do ambiente informacional o qual eu deveria deter poder absoluto para definir “quem e o que eu sou” — o Estado se estabelece e usa de tais informações para condicionar e regular ações que acabam desencadeando muitas das minhas decisões, decisões essas que são sinalizadas ao resto da sociedade, que reconhece e respeita como se fosse inteiramente minhas, esse caos, transmite uma confusão informacional com implicações diretas nas decisões do resto da comunidade, isso causa uma distorção no tecido social, uma miríade de comunidades que criam leis, restrições, movimentos artificiais e toda cizânia que sustenta o arcabouço Estatal.
Informações sigilosas e não propagadas são um instrumento para nos isolar de intrusos desagradáveis e da extensão dos tentáculos do Estado; também é uma poderosa ferramenta de união, de construir o sentimento de integração, de criar os mais fortes laços inter-humanos conhecidos e concebíveis a quem compartilhamos nossos segredos e informações locais que fomentam a comunidade na luta contra a coerção das instituições nefandas do Estado.
O Marxismo/Gramscismo percebeu que a grande ameaça à constante evolução do Estado é de fato a família, a família de certo modo é um vínculo permanente pois conhecemos todos segredos e o fundo do íntimo de cada familiar, desde novos — confidenciando nossos segredos a um pequeno grupo de pessoas selecionadas e “especiais”, a família tem acesso a essas intimidades; criamos e mantemos vínculos incondicionais e permanentes. A relativização e subsequente destruição da instituição mais antiga da sociedade — transforma a família de um grupo integrado e fortemente unido, em massas de indivíduos oponentes num eterno embate, não pela família, mas, por mais Estado.
Não conseguimos mais tecer redes de amizade sólidas, porque as informações sigilosas que usamos para indicar e conservar nossos “melhores amigos”, não são mais tão sigilosas assim, também não conseguimos bloquear dos demais o acesso a essas informações; numa sociedade em que as relações sociais funcionam necessariamente a base de confiança, a crise atual está muito ligada ao enfraquecimento, a desintegração e a decadência da confiança e de todas as relações interpessoais inter-humanas.
Para quem AINDA não compreendeu, as relações sociais funcionam basicamente a base da confiança, que tem uma estrutura na crença da probidade moral, na sinceridade e discrição de outrem, a intervenção estatal gera contradições na ordem natural e na linguagem que invariavelmente acaba em mais Estado como uma busca para corrigir essas “falhas”, que foram causadas pelo próprio.
Defender o domínio da informação privada em relação à intromissão indevida dos detentores do poder estatal era a única tarefa que estimulava muitos de nossos ancestrais a pegar em armas!
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